Copa: Brasil quer aproveitar Mundial para fechar negócios e impulsionar exportações
SÃO PAULO, 16 Mai (Reuters) - Muitos brasileiros acham que a Copa do Mundo é um desperdício de dinheiro, mas a Apex, agência nacional de exportações, diz que o torneio pode ser a oportunidade para fechar mais de US$ 3 bilhões em novos contratos para negócios brasileiros.
Para isso, a Apex convidou mais de 2,3 mil executivos estrangeiros para virem ao Brasil e assistir aos jogos em áreas VIPs.
Um programa piloto durante a Copa das Confederações no ano passado, quando 900 executivos foram convidados, resultou em US$ 1,8 bilhão em novos contratos de exportação e US$ 1,2 bilhão em investimento estrangeiro direto, de acordo com a Apex.
"Vai haver reuniões e visitas a fábricas", disse o diretor de negócios da Apex, Ricardo Santana. "Levar o seu cliente para uma partida vai ser a cereja no bolo.
"Nós acreditamos que esses momentos de descontração são ideais para que uma negociação seja bem-sucedida."
Se der certo, o programa pode ser uma das poucas consequências positivas de um evento esportivo multibilionário que muitos brasileiros temem ter impacto mínimo para impulsionar uma economia que não cresce com vigor.
Relatório divulgado no início do ano pela Moody's informou que os benefícios decorrente do evento realizado entre 12 de junho e 13 de julho teriam curta duração, representando pequena fração a atividade econômica brasileira anual.
A iniciativa da Apex ocorre em um momento de encolhimento do superavit comercial brasileiro devido à enfraquecida demanda global pelas commodities exportadas pelo país.
Cerca de 300 empresas aderiram ao programa e vão ajudar a Apex a pagar a conta. Entre elas estão a fabricante de ônibus Marcopolo, a empresa de implementos rodoviários Randon e a Hering.
A Bauducco, uma das maiores fabricantes brasileiras de biscoitos, convidou 92 parceiros comerciais de dezenas de países, incluindo Estados Unidos, Grã-Bretanha, Chile e África do Sul. A empresa espera que a campanha para estabelecer contatos por meio do futebol impulsione suas exportações em cerca de 20% em 2015.
"Essa é uma grande oportunidade de mostrar aos nossos compradores que, além de futebol e carnaval, nós possuímos parque industrial de última geração", disse o gerente de exportação da Bauducco, Edgar Matos.
A Apex, patrocinadora local da Copa do Mundo, separou 3 mil dos disputados ingressos para partidas do torneio, incluindo a final no lendário Maracanã, no Rio de Janeiro.
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