Itaú Unibanco reduz inadimplência e eleva rentabilidade e lucro no 3º tri
Por Aluísio Alves e Guillermo Parra-Bernal
SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco teve lucro acima do previsto no terceiro trimestre, refletindo melhora da qualidade da carteira, além de fortes receitas com tarifas e com crédito.
No período, o lucro líquido do maior banco privado do país cresceu 35,3 por cento ante igual etapa de 2013, a 5,404 bilhões de reais. Na base recorrente, o lucro de 5,457 bilhões de reais foi 35,7 por cento maior ano a ano e acima da previsão média de analistas ouvidos pela Reuters, de 5,029 bilhões.
O resultado mostrou que a instituição foi bem sucedida em repassar taxas maiores aos clientes na concessão de crédito, enquanto o foco em linhas de menor risco reduziu custos com provisão para perdas com calotes.
A margem financeira somou 14,37 bilhões de reais de julho a setembro, avanço de 21,4 por cento em 12 meses e de 5,7 por cento sobre junho. Além disso, o resultado foi alavancado pelo salto anual de 218,6 por cento na margem financeira com o mercado, refletindo bom resultado da tesouraria.
A taxa anualizada da margem financeira de crédito após risco de crédito ficou em 7,9 por cento, ante 8 por cento no trimestre anterior e 7,4 por cento no terceiro quarto de 2013.
"Foi o resultado da nossa aposta em linhas de menor risco", disse o diretor corporativo de controladoria e relações com investidores da instituição, Marcelo Kopel, em teleconferência com jornalistas nesta terça-feira.
O estoque de financiamentos do Itaú subiu 10,2 por cento em 12 meses até setembro, a 503,345 bilhões de reais, com destaque para as linhas imobiliária (+22,4 por cento), consignado (+77 por cento). Ao mesmo tempo, encolheu em 3,5 por cento o volume de empréstimos para pequenas e médias empresas, e em 26,7 por cento a de automóveis, na base anual.
No mês passado, o banco havia informado que sua carteira de crédito cresceria aproximadamente 8 por cento em 2014, abaixo da faixa prevista, de 10 a 13 por cento. De acordo com Kopel, o número total envolve a compra da carteira da Credicard. De forma orgânica, o crescimento deve ser mesmo ao redor de 8 por cento.
O avanço nas concessões de crédito veio seguido de redução dos atrasos acima de 90 dias, que no fim de setembro respondiam por 3,2 por cento do estoque de financiamentos, a nona queda consecutiva e a menor desde a fusão entre Itaú e Unibanco, em 2008. Na mesma etapa de 2013, o índice fora de 3,9 por cento.
De acordo com o executivo, esse índice pode registrar uma queda adicional no último quarto do ano.
Com isso, as despesas do banco com provisões para perdas com calotes somaram 3,902 bilhões de reais no trimestre, alta de 5,1 por cento na base sequencial e de 3,9 por cento ano a ano, ambas em ritmo inferior à expansão da carteira.
Já as despesas não decorrentes de juros, que incluem as administrativas, tiveram incremento anual de 12,1 por cento, a 9,753 bilhões de reais, também refletindo custos extras relativos à compra da carteira da Credicard.
As receitas do grupo com tarifas e serviços evoluíram 17,3 por cento no comparativo anual, para 6,56 bilhões de reais.
A rentabilidade sobre o patrimônio líquido, que mede como os bancos remuneram o capital de seus acionistas, ficou em 24,7 por cento, alta de 3,8 pontos percentuais ante igual etapa de 2013.
Na Bovespa, a ação do Itaú subia 2,05 por cento, a 37,35 reais, um dos destaques positivos da sessão, enquanto o Ibovespa subia 0,53 por cento, às 12h16.
"Foi um trimestre sólido", comentou a equipe de análise do JPMorgan liderada por Saul Martinez, em nota a clientes, elogiando também a manutenção da qualidade da carteira e reiterando o papel do Itaú como um de seus preferidos no Brasil.
PRECIFICAÇÃO
Segundo Kopel, a diferença de preços praticada entre os bancos na oferta de crédito diminuiu. Nos últimos dois anos, os estatais Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal vinham praticando taxas mais agressivas, o que lhes permitiu crescer numa velocidade superior à média do mercado.
De agora em diante, disse Kopel, o preço do crédito pode ser elevado um pouco mais, mas pautada por um possível ciclo de alta da Selic. A taxa básica foi elevada em 0,25 ponto na semana passada pelo Banco Central, a 11,25 por cento ao ano.
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