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Cielo desacelera no 4º tri, quer reter 40% do lucro para investir em 2015

28/01/2015 21h53

SÃO PAULO (Reuters) - A Cielo propôs nesta quarta-feira reter 40 por cento do lucro do ano passado para investimento em 2015, após apontar nova rodada de desaceleração do crescimento e queda das margens no quarto trimestre.

A maior empresa de meios de pagamento eletrônicos do país teve lucro líquido de 805,6 milhões de reais de outubro a dezembro, alta de 11,4 por cento ante igual período de 2013. O número ficou quase em linha com a previsão média dos analistas, apontava para lucro de 820 milhões de reais.

O volume financeiro de transações com cartões de crédito e débito feito pelas máquinas da Cielo somaram 143,9 bilhões de reais no trimestre, expansão de 9,3 por cento, abaixo do ritmo habitual de dois dígitos que vinha reportando nos últimos anos.

A receita operacional líquida subiu 14,9 por cento, para 2,1 bilhões de reais, afetada parcialmente pela apreciação do dólar na receita gerada nos Estados Unidos.

O número de pontos de venda ativos totalizou 1,62 milhão nos últimos três meses de 2014, avanço de 13,5 por cento, enquanto a base instalada de POS, as "maquininhas", subiram 10,5 por cento.

O Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) foi de 924,6 milhões de reais, crescimento de apenas 1,3 por cento ano contra ano. E a desaceleração nesse item veio acompanhada queda de 6 pontos na margem Ebitda, para 43,4 por cento.

O custo dos serviços prestados subiu 24,6 por cento no período, devido a aumento de custos de controladas como Merchant e-Solutions, também sob impacto da alta do dólar.

As despesas operacionais tiveram elevação 31,5 por cento, devido ao aumento no quadro de funcionários, especialmente da área comercial.

O Conselho de Administração da Cielo aprovou pagar 769,7 milhões de reais em remuneração aos acionistas. Desse total, 702,9 milhões de reais serão distribuídos a título de dividendos e 66,8 milhões de reais de juros sobre capital próprio.

JOINT VENTURE

A companhia, que em novembro firmou acordo com seu sócio Banco do Brasil para criar uma joint venture para gerir os negócios com cartões de crédito e de débito das duas instituições, propôs um orçamento de capital de 1,777 bilhão de reais para 2015.

O objetivo é ter recursos para fortalecer o capital de giro, permitir programa de recompra de ações e financiar a participação na parceria com o BB.

Na proposta, o orçammento de capital deve ser feito com a retenção de 40 por cento do lucro líquido de 2014, o equivalente a 1,22 bilhão de reais, e com reserva de lucros de 551,4 milhões de reais.

(Por Aluisio Alves e Luciana Bruno)