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BC avalia que sistema bancário segue com baixo risco de liquidez

19/03/2015 12h15

BRASÍLIA, 19 Mar (Reuters) - O Banco Central informou que o sistema bancário brasileiro seguiu apresentando baixo risco de liquidez e elevada solvência no segundo semestre de 2014, apesar de cenário marcado por ambiente externo complexo e com desafios fiscais no lado doméstico, e destacou atenção aos desdobramentos de acontecimentos como a operação Lava Jato e seus efeitos futuros no crédito.

"O risco de liquidez de curto prazo do sistema bancário brasileiro, que já se apresentava em baixo patamar, reduziu-se ainda mais no segundo semestre de 2014, evento fortemente influenciado pela elevação do estoque de ativos líquidos nas instituições financeiras", informou o BC em Relatório de Estabilidade Financeira divulgado nesta quinta-feira (19).

No documento, a autoridade monetária apontou que o Índice de Liquidez do sistema passou a 2,02 no segundo semestre, ante 1,71 na primeira metade do ano. No relatório anterior, o BC havia apontado um índice de liquidez de 1,51 para o primeiro semestre.

Quanto ao mercado de crédito à pessoa física, o relatório assinalou que pesquisa realizada em dezembro pelo BC mostrou uma potencial redução na oferta de empréstimos em função da preocupação com o nível de emprego e com as condições salariais.

"Tais elementos podem impactar de forma mais acentuada a concessão e os riscos de crédito nas carteiras de crédito para pessoas físicas no início de 2015 e seus desdobramentos devem ser observados ao longo do ano", disse o BC.

Apesar de enxergar uma tendência de manutenção da resiliência do sistema de crédito na perspectiva agregada, o BC indicou que o "acesso mais restrito a financiamentos pelas empresas investigadas no contexto da Operação Lava Jato e seus fornecedores, bem como indefinições quanto às condições e custos de oferta de energia elétrica e de água, ensejam atenção relativamente aos seus impactos potenciais sobre a capacidade de pagamento dos tomadores de crédito".

O BC informou ainda que nos testes de estresse, o sistema bancário nacional mostrou adequada capacidade de suportar efeitos de choques decorrentes de cenários adversos, bem como mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio, na inadimplência ou nos preços dos imóveis residenciais.

(Por Marcela Ayres; Edição de Flavia Bohone)