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Bovespa sobe 1,16% e renova máxima de fechamento desde novembro por juro nos EUA

06/04/2015 17h51

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O principal índice da Bovespa renovou a máxima de fechamento desde o final de novembro nesta segunda-feira, chegando a superar os 54 mil pontos no melhor momento do dia, em meio a apostas de que o Federal Reserve pode demorar mais que o inicialmente calculado por analistas para elevar os juros.

Comentários de uma autoridade monetária norte-americana pela manhã reforçaram o cenário de que a atividade dos Estados Unidos ainda inspira cautela, conforme mostraram dados do mercado de trabalho divulgados na sexta-feira, quando não houve operações na bolsa paulista por feriado.

O Ibovespa fechou em alta de 1,16 por cento, a 53.737 pontos, maior patamar desde 28 de novembro de 2014. O volume financeiro foi de 6,1 bilhões de reais.

O presidente do Fed de Nova York, William Dudley, afirmou nesta segunda-feira que o momento da alta do juro é incerto. Ele disse que o banco central dos EUA precisa observar se a surpreendente fraqueza recente na economia norte-americana não é prenúncio de uma desaceleração mais substancial.

As declarações de Dudley vieram após o Departamento de Trabalho divulgar no último dia 3 que a criação de vagas fora do setor agrícola norte-americano somou 126 mil postos de trabalho no mês passado-- menos que a metade das vagas criadas em fevereiro e menor ganho desde dezembro de 2013.

"O número sobre a criação de vagas abriu mais dúvidas sobre o início da alta dos juros nos Estados Unidos. Nesse contexto, a bolsa deve continuar recebendo mais fluxo de entrada de estrangeiros e começa a semana mostrando força", disse o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management.

Os papéis da Ambev e Itaú Unibanco, com relevante peso no Ibovespa, responderam por importante suporte para a alta do índice, com elevações de 1,96 e 1,22 por cento, respectivamente.

A empresa de educação Kroton também figurou entre as principais influências benignas, fechando em alta de 4,66 por cento, em meio a comentários da presidente Dilma Rousseff, de que os ajustes na economia brasileira não afetarão os programas "essenciais" do Ministério da Educação.

As ações da Petrobras também chegaram a contribuir com o avanço do índice, mas perderam o fôlego, com as preferenciais inclusive terminando em baixa de 0,28 por cento. O HSBC cortou a recomendação do papel para "reduce" (equivalente a venda), com preço-alvo de 7 reais.

As preferenciais da Usiminas subiram 1 por cento, enquanto as ordinárias, que não estão no Ibovespa, caíram 4,64 por cento, com agentes no aguardo do resultado da assembleia de acionistas, marcada para esta sessão, para decidir a composição e presidência do Conselho de Administração da siderúrgica.