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Lucro da BRF sobe mais de 40% para R$462 mi no 1º trimestre

28/04/2015 18h29

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de alimentos BRF, uma das maiores exportadoras de carnes do mundo, teve lucro líquido de 462 milhões de reais no primeiro trimestre de 2015, aumento de 42,8 por cento ante o mesmo período de 2014, informou a companhia nesta terça-feira.

"Tal resultado foi decorrência do melhor desempenho operacional, em conjunto com uma redução nas despesas financeiras líquidas no 1º trimestre em comparação ao mesmo período do ano anterior", afirmou a companhia.

O lucro, no entanto, caiu 53,4 por cento ante o forte resultado do quarto trimestre do ano passado, quando normalmente as vendas das empresas de carnes são impulsionadas pelas festas de fim de ano.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês), que serve de indicador de geração de caixa, subiu 11,2 por cento na comparação anual para 951,1 milhões de reais no primeiro trimestre.

Apesar da melhora da geração operacional, a dívida líquida sobre o Ebitda subiu para 1,26 vezes, ante 1,04 vezes no quatro trimestre por 2014, por conta da valorização de 20,8 por cento do dólar em relação ao real.

A dívida líquida da empresa subiu no trimestre 23,8 por cento, para 6,2 bilhões de reais, também impactada pela operação de recompra de ações que reduziu o caixa em 1 bilhão de reais.

"Sem o efeito da recompra de ações, a dívida líquida teria se mantido em linha com o quatro trimestre", disse a empresa.

A empresa destacou que as operações foram afetadas no primeiro trimestre por 12 dias de paralisações de caminhoneiros, que bloquearam rodovias no país por maiores valores dos fretes.

"As interdições ocorridas principalmente em rodovias do Sul do país impediram a circulação de matéria-prima e produtos acabados, e impactaram as operações da BRF localizadas nessas regiões."

Os investimentos realizados no primeiro trimestre totalizaram 312,8 milhões de reais, ficando 6,9 por cento abaixo na comparação anual, devido a menores gastos em expansão da capacidade produtiva, em linha com a estratégia da companhia.

A BRF lembrou ainda no balanço que, a partir de julho de 2015, a companhia poderá voltar com algumas categorias chave de produtos sob a marca Perdigão, tais como presunto e linguiça curada, que estão suspensas desde 2012, pelo acordo no órgão regulador que permitiu a criação da companhia, originada da incorporação da Sadia pela Perdigão.

"A Perdigão é hoje responsável por 19 por cento de todo o volume comercializado nos mercados de alimentos processados e congelados, participação que a posiciona como a segunda marca mais consumida do país."