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Setor de serviços no Brasil volta a cair em tem pior agosto, mostra IBGE

19/10/2016 10h08

RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) - O volume do setor de serviços do Brasil voltou a cair com força em agosto, registrando os piores resultados para o mês na série iniciada em 2012, movimento que deve ajudar a aliviar ainda mais a pressão inflacionária e favorecer o afrouxamento monetário pelo Banco Central.

O setor registrou queda de 1,6% no volume de vendas em agosto sobre o mês anterior, após alta de 0,7% em julho e recuo de 0,3% em junho.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, houve queda de 3,9% no volume, 17ª taxa negativa, mostrou nesta quarta-feira (19) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Pesquisa da agência de notícias Reuters apontou que a expectativa de economistas era de contração anual de 2,7% em agosto.

O destaque em agosto foi a atividade de Serviços prestados às famílias, que apresentou perdas de 1,6% na comparação com o mês anterior. Outros serviços teve queda de 1,2%, enquanto Serviços profissionais, administrativos e complementares recuaram 0,3%.

Na outra ponta, Serviços de informação e comunicação e de Transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio registraram leves avanços de 0,3% e 0,1%, respectivamente.

"Por trás disso tudo está a recessão no país, a queda na renda das famílias, o mercado de trabalho. O setor de serviços sente a fragilidade da indústria, pois não há projetos e demanda forte por conta da crise", avaliou o coordenador da pesquisa no IBGE, Roberto Saldanha.

Já o agregado especial das atividades turísticas teve recuo de 0,8% na comparação com o mês anterior.

A inflação vem mostrando maior descompressão no segundo semestre, com o IPCA desacelerando a alta em setembro a 0,08%, ante 0,44% em agosto.

Os preços de serviços também vêm mostrando arrefecimento, com alta de 0,33% em setembro, após 0,59% no mês anterior. Esse cenário favorece o corte da taxa básica de juros pelo BC, que se reúne nesta quarta-feira para decidir sobre a política monetária.

O corte na Selic é dado como certo pelo mercado, mostrou pesquisa Reuters, porém ele ainda está dividido sobre a magnitude do movimento, com apostas entre 0,25 e 0,50 ponto percentual.

(Por Rodrigo Viga Gaier e Camila Moreira)