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CNBB diz que Bento XVI tinha apreço pelo Brasil

11/02/2013 16h32

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) afirmou que o papa Bento XVI tinha "apreço" pela igreja no Brasil, onde fez a primeira visita intercontinental em 2007 para inaugurar a V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, além da escolha do Rio de Janeiro para sediar a Jornada Mundial da Juventude, que ocorre em julho. "São uma prova do quanto trazia no coração o povo brasileiro", diz a entidade, em nota.

A CNBB se diz surpresa com a renúncia e afirma que Bento XVI entrará para a história como o "Papa do amor" e o "Papa do Deus Pequeno". "O curto período de seu pontificado foi suficiente para ajudar a igreja a intensificar a busca da unidade dos cristãos e das religiões através de um eficaz diálogo ecumênico e inter-religioso, bem como para chamar a atenção do mundo para a necessidade de voltar-se ao Deus criador e Senhor da vida", considera a entidade, em nota.

A nota se dirige ainda aos católicos pedindo para acompanharem com oração e serenidade o processo de eleição do sucessor de Bento XVI.

O arcebispo emérito da Arquidiocese de São Paulo, cardeal dom Cláudio Hummes, também se disse surpreso com a renúncia de Bento XVI. O cardeal destacou que o papa já havia escrito em seu livro "Luz do Mundo" que quando não sentisse mais condições de estar à frente da Igreja Católica renunciaria. "Este é um momento para a igreja agradecer a Deus esse grande pontificado de Bento XVI e também rezar por ele para que Deus o abençoe e fortaleça", disse, em nota, divulgada pela Arquidiocese de São Paulo.

Hummes foi arcebispo de São Paulo até 2007. Em 2005, quando o papa João Paulo II morreu, foi apontado como um dos candidatos para assumir o seu posto. Entre 2007 e 2010 ocupou o cargo de prefeito da congregação para o Clero no Vaticano, renunciando após completar 75 anos, como prevê o estatuto da instituição. Hoje, Hummes mora em São Paulo onde cuida de algumas pastorais, como a dos novos movimentos, das novas comunidades e do mundo do trabalho.

Já o atual arcebispo de São Paulo Dom Odilo Pedro Scherer, 63 anos, está em Roma, onde ocorreu uma reunião com todos os cardeais do mundo, denominada consistório. De acordo com a assessoria de imprensa da Arquidiocese de São Paulo, Scherer só deve se pronunciar na quarta-feira (13), para quando está marcada uma coletiva de imprensa para anunciar o início da Campanha da Fraternidade. Amanhã, segundo a assessoria de imprensa, D. Odilo participa de algumas reuniões que já estavam agendadas antes da renúncia do papa e embarca para o Brasil no fim do dia.

D. Odilo e Claudio Hummes estão entre os cinco arcebispos brasileiros que têm menos de 80 anos e podem participar da eleição do novo papa. Também têm direito a voto o arcebispo emérito de Salvador, dom Geraldo Majella Agnelo, 79; o arcebispo de Aparecida, dom Raymundo Damasceno Assis, 76, que é presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); e o ex-arcebispo de Brasília e arcebispo primaz do Brasil, dom João Braz de Aviz, 65. Bento XVI foi eleito em 2005, aos 78 anos.

(Guilherme Soares Dias | Valor)