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Percepção de crise econômica no Brasil é exagero, diz diretor do FMI

26/09/2013 16h46

O diretor-executivo do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o Brasil, Paulo Nogueira Batista, afirmou que a economia brasileira já mostra sinais claros de recuperação e que a percepção negativa sobre a economia brasileira é exagerada. Batista, que participa do seminário "Financial Governance after the Crisis", no Rio de Janeiro, também classificou de exageradas as especulações de que os países emergentes estejam à beira de uma crise.

Para Batista, os fundamentos da economia nacional são "razoáveis" e ressaltou as altas taxas do investimento externo direto (IED) e as grandes reservas em moeda estrangeira. "O investimento externo direto continua significativo, forte, o Brasil foi o quarto maior destino em 2012 no mundo", lembrou.

Dificuldades superadas

Segundo ele, a economia nacional demonstrou dificuldades em se recuperar durante os anos de 2011 e 2012, mas essa fase já foi superada.

"O Brasil passou por uma fase de grande sucesso e havia um certo exagero com a situação do país até 2010", afirmou. "Agora [a imagem do país no exterior] está indo para o extremo oposto", criticou em uma referência à capa da revista The Economist desta semana que questiona os rumos da economia brasileira.

"A imprensa mundial é muito influenciada pela economia mundial e pela economia dos países", disse o diretor-executivo.

Emergentes

Segundo Batista, as mudanças provocadas pelo Federal Reserve (Fed), o banco central americano, terão, sim, impacto, mas não serão capazes de desencadear uma crise internacional nos mercados emergentes.

Na sua avaliação, as nações em desenvolvimento têm, hoje, condições macroeconômicas mais sólidas, do que no período anterior à crise de 2008 que atingiu as principais economias desenvolvidas.

Considerar que "a crise está voltando aos emergentes é exagero", afirmou. "A situação, hoje, é bem diferente. Os emergentes têm reservas mais altas, [seus] fundamentos fiscais não são fracos", frisou.

Batista, que justificou não falar em nome do FMI, ressaltando ser esta sua opinião pessoal, afirmou que o crescimento da economia global continua sendo guiado pelas economias emergentes.

"Houve alguma desaceleração, mas o grosso do crescimento continua sendo guiado pelos emergentes", disse, após realizar palestra no seminário.