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Em NY, Aécio vende candidatura tucana pró-empresariado

08/10/2013 16h40

Cerca de duas semanas após a presidente Dilma Rousseff visitar empresários e investidores em Nova York, para passar uma mensagem de tranquilidade sobre o ambiente de negócios do Brasil, o senador Aécio Neves (PSDB) participa de um evento na mesma cidade, mas com um discurso bastante diferente. Ele acredita que a "herança bendita" deixada por Fernando Henrique Cardoso "foi embora".

Apesar de não se colocar como candidato à Presidência da República e dizer que a visita a NY é feita enquanto presidente do PSDB, Aécio disse que falaria, a uma plateia de quase 600 investidores, sobre as dificuldades por que passa o Brasil e também sobre como o PSDB, o maior partido de oposição, tem uma agenda nova para o país, que é inclusiva ao setor privado.

De acordo com investidores que participaram da palestra e preferiram não se identificar, a mensagem passada pelo senador foi crítica ao atual governo, mas positiva sobre o país, principalmente se houver uma mudança na agenda, de forma a ser menos intervencionista na economia do que seria o atual governo de Dilma.

Em entrevista, antes da palestra, Aécio disse que faria um diagnóstico claro sobre a situação atual do país.

"O governo atual se preocupa em enfrentar o setor privado. Passou dez anos demonizando as parcerias público-privadas, as concessões e as privatizações como se fosse quase um crime de lesa-pátria. E agora, quase que desesperadamente, no último ano de governo, busca segurar-se apenas nas concessões como a única alavanca, o único instrumento para que o crescimento não seja menos ainda do que já vai ser", disse.

Fuga de investidores

Ele criticou a ausência de reformas e disse ter havido uma aposta por parte do governo de que o crescimento econômico seria sustentado apenas com base no consumo.

Alegou também haver, atualmente, afastamento dos investidores privados por conta de uma "intervenção absurda permanente" e cada vez maior do governo em setores da economia, o que geraria insegurança.

"A agenda do PSDB, ao contrário, é a agenda da estabilidade, do crescimento, da responsabilidade fiscal, sem maquiagem de números, como vem fazendo o PT. É essa agenda que vai nos permitir chegar no segundo turno e, espero eu, vencer as eleições", disse.

Força de oposição

Com tantas críticas a serem feitas sobre o governo atual, o senador disse não ter esperança de acalmar os investidores. Seu objetivo é "deixar claro" que existe, hoje, no país, uma força política de oposição que está se preparando para o embate e para resgatar pilares fundamentais da economia, gerando segurança a quem investir no país.

Aécio afirmou, ainda, que em encontros com empresários em NY ele tem sido recebido em um ambiente de "pouco crédito em relação ao Brasil e ao que faz o atual governo".

Durante a palestra, ele teria dito, segundo um investidor, que a aliança entre Marina e Eduardo Campos, no PSB, seria positiva pois ampliaria as chances de Dilma não vencer as eleições do ano que vem.