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Dólar fecha em queda com rumor eleitoral e melhora externa

17/04/2014 17h50

Depois de operar em alta a maior parte do dia, o dólar perdeu força frente ao real diante de especulações sobre a pesquisa eleitoral que será divulgada pelo Ibope após o fechamento dos mercados e da melhora do cenário externo, após o acordo alcançado entre Estados Unidos, Rússia e União Europeia, hoje em Genebra, que prevê a elaboração de um plano para reduzir as tensões políticas no leste da Ucrânia.

O dólar comercial fechou em queda de 0,27%, a R$ 2,326, em dia de giro financeiro fraco na véspera do feriado prolongado de Páscoa. O dólar encerra, assim, a semana em alta de 0,68%, acumulando queda de 1,45% no mês e de 5,13% no ano.

Após operar a maior parte do pregão em alta, sustentado pelo dado melhor que o esperado de pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos, o dólar perdeu força frente ao real perto do fim do pregão diante de especulações sobre a pesquisa eleitoral que será divulgada hoje pelo Ibovespa, após o fechamento do pregão. Segundo operadores, circulam rumores de que a pesquisa mostrará uma queda da presidente Dilma Rousseff (PT) nas intenções de voto. Ontem a pesquisa realizada pelo Vox Populi confirmou a avaliação de que Dilma Rousseff (PT) venceria em primeiro turno, com 40% dos votos, apenas 1 ponto abaixo da pesquisa feita em fevereiro. Aécio Neves (PSDB) caiu de 17% para 16% enquanto Eduardo Campos subiu de 6% para 8%.

Também contribuiu para uma recuperação do real, a melhora do cenário externo após o acordo alcançado, hoje em Genebra, entre Estados Unidos, Rússia e União Europeia, que concordaram em elaborar um plano para reduzir as tensões políticas no leste da Ucrânia, incluindo a desmobilização de milícias, desocupação de prédios públicos e o estabelecimento de uma reforma política.

Lá fora, a moeda americana operava em queda de 0,71% frente ao rand sul-africano, 0,50% diante da lira turca e 0,12% em relação ao peso mexicano, com os investidores ainda reagindo ao discurso de ontem da presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, que sinalizou que a taxa de juros nos Estados Unidos ainda deve se manter baixa por vários meses diante da recuperação ainda lenta da economia americana.

No mercado local, os investidores com posições vendidas em dólar, representados pelos bancos e pelos fundos, aproveitaram o boato da pesquisa eleitoral para pressionar a cotação da moeda americana para baixo. Os bancos tinham uma posição vendida em dólar na BM&F de US$ 27,167 bilhões, enquanto os fundos mantinham uma posição de US$ 3,212 bilhões, apostando na queda da moeda americana.

Para o estrategista da XP Investimentos, Daniel Cunha, o dólar pode buscar um patamar de equilíbrio entre R$ 2,30 e R$ 2,35 no curto prazo, diante dos riscos no cenário externo e interno.

No cenário interno, Cunha cita que a aproximação das eleições e o início da temporada de divulgação das pesquisas de eleitorais devem ser um fato a mais de volatilidade para o mercado. "Depois da dinâmica mais baixista verificada no último mês, que se mostrou mais intensa que a esperada pelo mercado, o câmbio vem buscando um patamar de equilíbrio", diz.

Seguindo o cronograma do programa de intervenção diária no mercado de câmbio, o Banco Central vendeu hoje todos os 4 mil contratos de swap cambial ofertados no leilão realizado nesta quinta-feira, cuja operação movimentou US$ 197,9 milhões. A autoridade monetária ainda rolou mais 10 mil contratos de swap, que tinham vencimento previsto para 2 de maio, cuja operação somou US$ 494 milhões. Com a rolagem de hoje, ainda restam US$ 3,733 bilhões a serem renovados, do lote de US$ 8,733 bilhões em contratos de swap a vencer no próximo mês.