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Atividade industrial de SP cresce em julho, após quatro quedas

28/08/2014 15h36

Após quatro quedas consecutivas, o índice que mede a atividade da indústria paulista (INA) registrou ligeiro aumento de 0,5% em julho ante junho, com ajuste sazonal, de acordo com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Na comparação com o mesmo período do ano passado, contudo, houve queda de 4%.

A alta de julho se segue a uma queda de 1,6% em junho (revisada de um recuo de 2,7%). O resultado não agradou. "Esperava-se que em julho se devolvesse pelo menos boa parte da perda de junho", afirmou, em nota, o diretor Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos (Depecon) da entidade, Paulo Francini.

Quanto à revisão de junho, o diretor do Depecon explica que o novo número não indica melhora do cenário, mas é reflexo de uma previsão de queda das entidades para a Produção Industrial Paulista (PIM-SP), medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE), que não se concretizou. "O comportamento da PIM-SP tem sido muito volúvel. Portanto, acertar está sendo uma tarefa dificílima para todos. A PIM-SP continua sendo o resultado oficial e isso acarreta nesses desacertos em nossa tentativa de acertar o valor, é o que mais explica a nossa revisão", afirmou. Era esperada uma queda de 3,1% da PIM-SP em junho, mas a diminuição foi de 1% naquele mês.

Queda no ano

A Fiesp mantém a expectativa de queda de 5% da atividade industrial paulista em 2014. Em março deste ano, as entidades esperavam declínio de 1,6% para o período. "Não achamos que até o final do ano teremos a reversão desse quadro", afirmou Francini.

Segundo a pesquisa do INA, no acumulado de janeiro a julho deste ano a indústria registrou queda de 6,7% de sua atividade. Com exceção de 2009, ano da crise, quando as perdas do setor chegaram a 15%, esse resultado é o pior desde 2002, início da série.

No acumulado de 12 meses, a atividade da indústria paulista caiu 4,4%. O Nível de Utilização de Cap acidade Instalada (Nuci) ficou em 78,8% em julho ante 79% em junho.

A atividade da indústria de máquinas e equipamentos apresentou queda pelo sexto mês consecutivo, -0,9% em julho contra o mês anterior, com ajuste sazonal. A queda de 3,8% do total de vendas reais foi a principal influênci a baixista para o desempenho do segmento.

Na contramão das perdas, a indústria de celulose, papel e produtos de papel apresentou crescimento da atividade de 1,4% na leitura mensal com ajuste sazonal, impulsionado em boa parte pelo total de vendas reais, que aumentou 4,4%.

Indústria com forte atividade exportadora, o setor de celulose e papel se vale de expectativas de aumento das exportações este ano, de acordo com a Fiesp. Segundo dados da Fundação Centro de Estudos de Comércio Exterior (Funcex) dessazonalizados pelo Depecon, as exportações do segmento cresceram 10,8% no trimestre findo em julho frente ao trimestre anterior.

Expectativas

A percepção geral dos empresários diante do cenário econômico, medida pelo Sensor Fiesp, se mostrou praticamente estável a 45,6 pontos em agosto contra 45,8 pontos em julho.

A variável "mercado" também apresentou relativa estabilidade a 48 pontos no mês corrente ante 47,7 pontos no mês anterior. O mesmo aconteceu com o componente "vendas", que ficou em 51,5 pontos em agosto versus 50,3 pontos em julho.

A percepção quanto ao item "emprego" caiu mais de dois pontos para 44,1 pontos em agosto ante 46,3 pontos em julho. A Fiesp projeta uma perda de pelo menos cem mil empregos na indústria paulista este ano, o equivalente a um declínio de 4,5%.