Sabesp nega interferência política na decisão sobre racionamento
A presidente da Sabesp, Dilma Pena, afirmou nesta quarta-feira que não houve interferência política na decisão da empresa de não adotar um racionamento de água na região metropolitana de São Paulo.
Questionada durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sabesp sobre se o governador Geraldo Alckmin (PSDB) teria impedido a implantação de um racionamento de água na cidade, ela afirmou que a decisão de não adotar a medida foi técnica, com base em análises de previsbibilidade, engenharia e gestão, e tomada pela diretoria da empresa e aprovada pela diretoria colegiada.
"Seguramente foi a melhor opção, e nós a defendemos junto ao governo. É a opção que poupou mais água de todos os sistemas", afirmou a presidente da Sabesp. Ela disse que seria "extremamente complicado" adotar um racionamento de água em São Paulo e que a medida penalizaria principalmente oito milhões de pessoas que estão na região mais periférica. E acrescentou que se o racionamento tivesse sido adotado em fevereiro, a água teria acabado em agosto.
"A melhor alternativa foi a que implementamos. É mais eficiente do que um simples rodízio", disse.
Rui Affonso, diretor econômico-financeiro da companhia, disse a jornalistas após a CPI que um racionamento também poderia ter efeitos econômicos maiores do que a estratégia adotada pela empresa, de incentivar a economia de água, interligar sistemas e reduzir a dependência do Cantareira. Segundo ele, além de prejudicar algumas regiões mais do que outras, o racionamento elevaria a pressão de redes de distribuição e provocaria o rompimento de adutoras, o que causaria mais perdas de água.
Sobre a afirmação que a executiva fez mais cedo, de que pode faltar água em meados de novembro se não chover, Dilma Pena enfatizou que se a Sabesp usar os 106 bilhões de litros da segunda cota do volume morto não vai faltar água.
Com essa água adicional, a cidade terá água até abril de 2015 caso não chova, afirmou a executiva. Apenas no caso de não chover nada no verão o Cantareira se esgotará daqui a seis meses, disse Dilma Pena. "Chuvas na média histórica nos trariam total conforto para o ano que vem", afirmou.
Dividendos
Dilma Pena e Rui Affonso também foram questionados sobre o pagamento de dividendos a investidores. Os vereadores questionaram o fato de a empresa distribuir os lucros para acionistas em vez de investir em redução de perdas de água, por exemplo.
Os executivos da companhia explicaram o que já haviam afirmado ao Valor, em maio, quando o assunto foi levantado durante propaganda televisiva da Fiesp. Affonso afirmou que, por exigência da Lei das Sociedades por Ações, a empresa precisa distribuir ao menos 25% de seu lucro em dividendos, sem considerar impostos, o que eleva o percentual para perto de 28%. Ele repetiu que metade do pagamento vai para o próprio governo, já que o Estado tem metade do capital da empresa, e que os acionistas privados recebem a outra metade ? cerca de 15% do lucro. Deste grupo, fazem parte fundos de pensões, minoritários e outros detentores dos papéis da empresa.
Segundo Affonso, como a empresa tem o mercado de capitais como uma de suas fontes de recursos, é importante que distribua os proventos. Ele diz que até existe a possibilidade de uma empresa não pagar, mas que isso acontece só em situações pré-falimentares, o que não é o caso. E a empresa não poderia investir esse dinheiro, que seria destinado para cobrir prejuízos e sanar a situação financeira, sendo que o saldo teria que ser pago aos acionistas posteriormente.
O diretor da Sabesp disse que as empresas de saneamento com os melhores desempenhos têm o mesmo modelo da Sabesp, com parte do capital no mercado, como a Copasa e a Sanepar.
Ele afirmou que a empresa vem investindo muito e que triplicou os investimentos de 2007 para cá. Ele acrescentou que a companhia precisa distribuir dividendos inclusive para que tenha uma boa avaliação de crédito para levantar recursos para investir. "Só o lucro não dá. Também nos endividamos para investir. Temos que manter saúde financeira para o crédito funcionar", afirma.
No fim da CPI, a presidente da Sabesp deixou como sugestão que se faça um estudo, na Prefeitura, de uma lei com penalidades para quem desperdiça água, a exemplo do que a Sanasa faz em Campinas.
Questionada durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Sabesp sobre se o governador Geraldo Alckmin (PSDB) teria impedido a implantação de um racionamento de água na cidade, ela afirmou que a decisão de não adotar a medida foi técnica, com base em análises de previsbibilidade, engenharia e gestão, e tomada pela diretoria da empresa e aprovada pela diretoria colegiada.
"Seguramente foi a melhor opção, e nós a defendemos junto ao governo. É a opção que poupou mais água de todos os sistemas", afirmou a presidente da Sabesp. Ela disse que seria "extremamente complicado" adotar um racionamento de água em São Paulo e que a medida penalizaria principalmente oito milhões de pessoas que estão na região mais periférica. E acrescentou que se o racionamento tivesse sido adotado em fevereiro, a água teria acabado em agosto.
"A melhor alternativa foi a que implementamos. É mais eficiente do que um simples rodízio", disse.
Rui Affonso, diretor econômico-financeiro da companhia, disse a jornalistas após a CPI que um racionamento também poderia ter efeitos econômicos maiores do que a estratégia adotada pela empresa, de incentivar a economia de água, interligar sistemas e reduzir a dependência do Cantareira. Segundo ele, além de prejudicar algumas regiões mais do que outras, o racionamento elevaria a pressão de redes de distribuição e provocaria o rompimento de adutoras, o que causaria mais perdas de água.
Sobre a afirmação que a executiva fez mais cedo, de que pode faltar água em meados de novembro se não chover, Dilma Pena enfatizou que se a Sabesp usar os 106 bilhões de litros da segunda cota do volume morto não vai faltar água.
Com essa água adicional, a cidade terá água até abril de 2015 caso não chova, afirmou a executiva. Apenas no caso de não chover nada no verão o Cantareira se esgotará daqui a seis meses, disse Dilma Pena. "Chuvas na média histórica nos trariam total conforto para o ano que vem", afirmou.
Dividendos
Dilma Pena e Rui Affonso também foram questionados sobre o pagamento de dividendos a investidores. Os vereadores questionaram o fato de a empresa distribuir os lucros para acionistas em vez de investir em redução de perdas de água, por exemplo.
Os executivos da companhia explicaram o que já haviam afirmado ao Valor, em maio, quando o assunto foi levantado durante propaganda televisiva da Fiesp. Affonso afirmou que, por exigência da Lei das Sociedades por Ações, a empresa precisa distribuir ao menos 25% de seu lucro em dividendos, sem considerar impostos, o que eleva o percentual para perto de 28%. Ele repetiu que metade do pagamento vai para o próprio governo, já que o Estado tem metade do capital da empresa, e que os acionistas privados recebem a outra metade ? cerca de 15% do lucro. Deste grupo, fazem parte fundos de pensões, minoritários e outros detentores dos papéis da empresa.
Segundo Affonso, como a empresa tem o mercado de capitais como uma de suas fontes de recursos, é importante que distribua os proventos. Ele diz que até existe a possibilidade de uma empresa não pagar, mas que isso acontece só em situações pré-falimentares, o que não é o caso. E a empresa não poderia investir esse dinheiro, que seria destinado para cobrir prejuízos e sanar a situação financeira, sendo que o saldo teria que ser pago aos acionistas posteriormente.
O diretor da Sabesp disse que as empresas de saneamento com os melhores desempenhos têm o mesmo modelo da Sabesp, com parte do capital no mercado, como a Copasa e a Sanepar.
Ele afirmou que a empresa vem investindo muito e que triplicou os investimentos de 2007 para cá. Ele acrescentou que a companhia precisa distribuir dividendos inclusive para que tenha uma boa avaliação de crédito para levantar recursos para investir. "Só o lucro não dá. Também nos endividamos para investir. Temos que manter saúde financeira para o crédito funcionar", afirma.
No fim da CPI, a presidente da Sabesp deixou como sugestão que se faça um estudo, na Prefeitura, de uma lei com penalidades para quem desperdiça água, a exemplo do que a Sanasa faz em Campinas.
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