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Problemas econômicos da Rússia vão piorar, prevê "Economist"

19/12/2014 14h50

Em reportagem publicada na edição impressa dessa semana, a revista inglesa "The Economist" prevê um cenário difícil para a economia russa. No texto, a publicação lembra alguns dos principais episódios dos recentes distúrbios financeiros e econômicos no país, começando com a alta de 6,5 pontos percentuais na taxa de juros, na noite de segunda. A revista lembra que os bancos centrais em geral buscam trabalhar com decisões previsíveis, por isso o salto nos juros é uma mostra de que o ambiente em Moscou era "próximo do pânico".

"Os russos estão corretos em se preocupar: eles estão caminhando para uma combinação letal de recessão profunda e inflação descontrolada", afirma a "Economist". A queda forte nos preços do petróleo e as sanções financeiras impostas contra empresas russas por causa do envolvimento de Moscou na crise no leste ucraniano e pelo fato de o governo de Vladimir Putin ter anexado a Crimeia neste ano são outros problemas citados.

A publicação lembra que a Rosneft emitiu em 12 de dezembro US$ 11 bilhões em bônus denominados em rublo, com um "yield" (taxa de retorno) menor do que os bônus do governo estavam oferecendo naquele dia, que o banco central imediatamente afirmou que aceitaria como colateral. Para alguns no mercado, isso foi visto como um sinal de uma indesejável mistura entre as dívidas do governo e as das empresas. A revista diz também que US$ 115 bilhões em dívida denominada em dólares antes do fim de 2015. Os juros dos bônus russos avançaram na semana, ficando acima dos da Grécia - os juros dos bônus denominados em rublo avançaram 15%.

Segundo a revista, outra preocupação é de que a inflação dispare, com a notícia de que lojistas estão reajustando seus preços diariamente. Com isso, os russos terão um forte desconto em seus salários, em termos reais. "Isso explica por que os russos estão perdendo a confiança em sua moeda", afirma a publicação. Ainda segundo ela, com a economia encolhendo, a inflação e a alta nos juros, a expectativa é que o número de calotes aumente no país.