Empreendedor brasileiro precisa 'pensar grande' e além das fronteiras
Apesar de a globalização ser uma realidade, o Brasil não tem aproveitado seu enorme potencial empreendedor para ser um protagonista mais efetivo do comércio internacional.
Em todo o mundo, os principais países desenvolvidos e em desenvolvimento buscam o comércio além-fronteiras para aumentar o alcance de seus negócios e, com isso, promover o crescimento econômico.
Um país com crescente presença nos rankings de inovação tecnológica e com empresas globais é a Coreia do Sul, com marcas bastante conhecidas dos brasileiros, tais como Samsung, LG, Kia, Hyundai.
No Brasil, é fato que algumas empresas de origem nacional têm conseguido imprimir uma presença internacional mais efetiva, como é o caso da Embraer, líder mundial em aviação comercial regional.
Mas ainda somos majoritariamente dependentes de nossa agricultura e da extração mineral, essa última tendo como destaque a Vale, gigante mundial do setor. Isso não tem nada de negativo, já que somos referência internacional nessas áreas. Porém, é muito pouco para um país das dimensões e da pujança econômica do Brasil.
Nossos empreendedores não focam, em sua maioria, os mercados internacionais e com isso as oportunidades que buscam ficam restritas ao mercado interno.
Um dado que mostra como nossos empreendedores não estão aproveitando os efeitos da globalização é o apresentado pela pesquisa anual do Global Entrepreneurship Monitor - GEM. No quesito internacionalização, o Brasil aparece nas posições de menor destaque em um grupo de 54 países.
No critério, empresas com mais de 75% dos consumidores no exterior, o país fica em 50° lugar. Na categoria de empresas com entre 26% e 75% dos clientes fora de seu país, o país está na posição 53ª.
Alguns fatores podem ser citados como influenciadores deste desempenho: o pouco conhecimento do mercado externo por parte do empreendedor brasileiro; a acomodação com o mercado interno, mais facilmente identificado e mapeado; a barreira da língua (o mercado mundial padronizou o inglês, mas muitos empreendedores brasileiros não dominam o necessário para negociações internacionais neste idioma); a falta de clareza e de suporte adequado aos empreendedores que querem exportar; os tratados de livre comércio e barreiras protecionistas criadas pelo Brasil e outros países etc.
Mas talvez um fator seja o mais intrigante: a pouca ambição de muitos empreendedores brasileiros, já que o “pensar grande” ou o desejo de ser um competidor global muitas vezes não são considerados um objetivo possível pelo próprio empreendedor.
Há um ditado americano que diz “pensar grande dá o mesmo trabalho que pensar pequeno, então a escolha natural acabado sendo pensar grande...” Será que não chegou o momento de o empreendedor brasileiro também pensar assim?
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