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Identificar afinidades é primeiro passo para fazer parceria de sucesso

Marco Roza

Colunista do UOL

06/08/2014 06h00

No início do negócio, é comum que empreendedores tentem estabelecer parcerias com amigos da infância, colegas de escola ou até mesmo parentes. Existem relatos de sucessos mundiais nesse tipo de iniciativa. A Microsoft foi fundada por dois amigos. A HP também. E o Google é um exemplo de imenso sucesso.

Mas muitos empreendedores brasileiros, que tentam sobreviver num ambiente que simula mas não entrega o capitalismo --com bancos arredios a planos de negócios, com mais desconfiança institucional do que apoio direto-- descobrem rapidamente que poucos laços de amizade resistem às dificuldades enfrentadas pela nova empresa.

A alternativa é desenvolver um radar que nos permita estabelecer parcerias em torno de interesses comuns, com outros empreendedores com mais ou menos o nosso perfil.

É uma tarefa dificílima porque somos treinados a confiar em convivências passadas, sustentadas por amizades e afetos, como a relação com amigos, colegas e parentes.

Mas é possível, sim, confiar pra frente, para o futuro. E talvez seja a única alternativa que reste ao empreendedor brasileiro de primeira viagem. O importante, acredito, é estabelecer algumas regras mínimas.

Uma delas é identificar as afinidades entre os parceiros. Que devem levar em consideração as visões estratégicas, os talentos complementares e a disciplina assumida e executada durante e após as negociações.

Porque é possível plantar a semente da confiança e cuidar dela com dedicação e disciplina de um agricultor. Sempre atento, claro, às nuances, à linguagem corporal, aos respeito mútuo, enfim, ao que se realiza de fato, mais do que ao que se prometeu nas negociações.

Podemos verificar se a semente da confiança vinga se prestarmos atenção aos resultados. Que serão apenas parciais, no início. Como acontece com toda plantação em desenvolvimento. Mas que apontam para um tempo futuro em que será possível realizarmos as colheitas.

E a todo momento, a cada decisão e comprometimento, é bom reavaliarmos se continuamos, todos os parceiros, ajustados com o que combinamos no início das negociações.

Principalmente, se os acordos relacionados às finanças continuam em vigor sem atrapalhar o clima de camaradagem, de confiança e até mesmo de amizade que aos poucos ajudará a empresa a dar frutos.