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Educação empreendedora deve abrir diferentes possibilidades para os jovens

Rose Mary Lopes

Colunista do UOL, em São Paulo

23/08/2013 06h00

Este ano está sendo atípico em termos do número de eventos de que tenho notícia ou de que tenho participado sobre educação para o empreendedorismo.

A começar do Encontro Nacional de Educação Empreendedora, promovido pelo Sebrae Nacional em maio, e que reuniu professores, pesquisadores, políticos, representantes de órgãos públicos e da educação nos diversos níveis, empreendedores e até convidados de outros países.

Na semana passada, foi a vez do Fórum Internacional em Empreendedorismo com a presença de Luis Jacques Filion, professor e pesquisador do Canadá,  organizado pela Anegepe (Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas) e apoio da Uninove.

Nesta semana moderei, na ESPM, um painel de debates sobre educação Empreendedora com cinco profissionais de renome e que representavam ou foram de instituições como Unifei, Senac, Faap, Insper, Cietec e Instituto Gênesis, da PUC RJ.

No início de setembro é a vez do 1º Encontro Alagoano de Educação Empreendedora, numa organização conjunta entre a Secretaria de Estado do Planejamento e do Desenvolvimento Econômico (SEPLANDE/AL) e o Fempe (Fórum Estadual das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte).

E, em outubro será a vez da 4ª Rodada de Educação Empreendedora Brasil (REE BR), evento nascido da Universidade Stanford, mas feito independentemente pelos esforços conjuntos da Endeavor e do Sebrae.

Isto atesta a importância que está sendo dada ao fomento desta educação, nos diversos níveis de ensino, focando o empreendedorismo entre nossos jovens.

Mas, cabe discutir sobre os significados atribuídos à educação empreendedora (EE).

Há uma diversidade deles: desde conscientizar para a carreira empreendedora, desenvolver atitudes, habilidades – competências empreendedoras, estimular a abertura de negócios (lucrativos ou sociais), incentivar a inovação e o empreendedorismo tecnológico, fomentar o desenvolvimento local ou capacitar professores e agentes da EE.

Precisamos ter clareza do que estamos propondo e falando para que o jovem ao ser envolvido por esta educação, tenha as suas possibilidades ampliadas, que ele perceba que as atividades ou cursos oferecidos vão ajudá-lo a construir seu plano de vida, mostrando diferentes alternativas.

Há que se ter muito cuidado para que o jovem não venha a entender que o comportamento empreendedor desejado é apenas o de abrir uma empresa.

Afinal, o objetivo mais amplo da EE seria o de ajudar a colocar o potencial dele em ação, e esta ação empreendedora pode se dar em diferentes contextos e ambientes.

Ele ou ela pode escolher ser alguém que persegue sonhos, que tem projetos e se engaja na realização deles na sua vida, em sua comunidade, ou no seu grupo religioso.

Eles também podem eleger o caminho de ser um funcionário intraempreendedor, que percebe e se envolve com a concretização de oportunidades e de inovar.

Ou também podem construir uma organização para sanar necessidades sociais. Ou ainda vislumbrar o caminho público e lutar por transformações e implementação de projetos que beneficiam a população. Podem acalentar o desejo e direcionar seus talentos para um negócio.

Pequeno, familiar, criativo ou de alto impacto. O importante é que não se sintam empurrados apenas para a opção de gerar empresas.

Assim, a maior contribuição da EE é a de auxiliar a desabrochar projetos –pessoais ou organizacionais, e que os jovens possam se sentir realizados com a opção e o rumo que tomaram. Pois, estarão livres para identificar o projeto que mais tem a ver com vocês.

Você jovem não tem que se encaixar em nenhum modelo pré-fixado de empreendedor. Certamente haverá um projeto que mais se adequa ao seu perfil e a suas ambições, por meio do qual possa encontrar a sua missão e dar a sua melhor contribuição para a sociedade.