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Falsa diversificação da carteira. Não cometa esses erros nos investimentos

César Esperandio

26/05/2020 04h00

Muito se fala por aí que é preciso ter uma carteira diversificada, mas você saberia por onde começar? Ou melhor, saberia dizer se apenas ter ativos diferentes na carteira já garante uma boa diversificação? No vídeo acima, explicamos as pegadinhas da diversificação.

Quantidade de ativos neste caso não é qualidade de carteira.

Vamos às dicas:

1 - Ter os mesmos ativos na carteira

Parece básico, mas nem todo mundo sabe. Você até pode ter diversos fundos com nomes diferentes entre seus investimentos, mas, na verdade, eles podem estar investindo nos mesmos tipos de ativos.

Fundos de renda fixa, por exemplo, podem ter em sua carteira muitos títulos do governo.

Por isso, ao aplicar em dois fundos que tenham essa característica, ou ainda em um fundo desse tipo e, ao mesmo tempo, no próprio Tesouro Direto, sua diversificação pode não estar tão eficiente assim.

Isso também vale para o mercado acionário.

Se você aplica em um fundo que segue o Ibovespa e na sua carteira particular de ações compra as maiores blue chips (Petrobras, Vale, Ambev, entre outras), está na realidade aplicando nos mesmos papéis.

A dica aqui é sempre checar com o seu gestor o que tem dentro da carteira do fundo.

2 - Ter risco e prazos similares na renda fixa

Investir em ações ou títulos de diferentes empresas não necessariamente significa diversificação real, caso os riscos forem muito similares.

Aplicar em vários CDBs de bancos médios, por exemplo, que fornecem retorno simular e possuem riscos muito próximos, na verdade é uma falsa diversificação.

Também é importante ficar atento ao prazo. Concentrar todos os vencimentos de CDBs em uma mesma data é uma falsa diversificação, ainda mais se você possuir objetivos de prazos diferentes (alguns para o curto prazo e outros para o longo).

3 - Ter investimentos correlacionados

Em investimentos, há um indicador chamado correlação. Ele varia de -1 a +1, e quanto mais próximo a um (positivo), mais fortemente correlacionadas são as aplicações, ou seja, mais similares.

Principalmente quanto o investidor vai para uma estratégia de renda variável, é importante olhar, entre outros indicadores, a correlação para checar se está investindo em empresas diferentes para a carteira, mas com comportamentos muitos similares.

Se uma ação subir 15% e a correlação com outro papel for muito grande, provavelmente esse segundo papel se comportará de maneira semelhante.

O mesmo acontece na queda. Assim, em um mau momento do mercado, toda a sua carteira pode cair na mesma proporção e você não terá feito nenhum tipo de contrapeso (algum investimento que possa subir ou até cair menos na situação).

Como diversificar

A economista Yolanda Fordelone, ao investir em renda fixa, presta atenção em prazos de vencimentos diferentes e outras variáveis. "Ao comprar CDBs, costumo olhar bastante a questão do risco. Tenho desde CDBs AAA (os menos arriscados) até B- (bem mais arriscados)", comenta. "E não costumo aplicar em fundos, justamente por me exigir um trabalho extra de ficar checando quais os ativos que o gestor tem na carteira.

Já para investir em ações, ela recomenda olhar os fundamentos da empresa representada pela ação e não investir em várias ações de um mesmo setor. "Costumo escolher no máximo duas empresas de um mesmo setor. E não tenho muito mais que oito ações diferentes na carteira porque começa a ficar mais difícil de acompanhar os acontecimentos e variáveis que impactam cada uma dessas ações. Além disso, o risco de investir em ações de perfis semelhantes começam a aumentar", aconselha a economista.

Como anda a sua diversificação de investimentos? Conte aqui nos comentários ou fale com a gente no nosso canal do YouTube, Instagram e LinkedIn. Também é possível ouvir nossos podcasts no Spotify. A gente sempre compartilha muito conhecimento sobre economia, finanças e investimentos. Afinal, o conhecimento é sempre uma saída!