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Saiba quais são os 5 hábitos que todos vão manter após a quarentena

César Esperandio

01/06/2020 04h00

A pandemia do novo coronavírus (que já não é tão novo assim) está perdurando mais do que gostaríamos, e, com isso, novos costumes estão entrando na nossa rotina. Será que eles vieram para ficar?

A quarentena já dura quase três meses e, segundo pesquisadores de neurociência, para você adquirir um novo hábito, é preciso incorporá-lo à rotina.

Alguns falam em repetições por 21 dias seguidos. Se quiser saber mais sobre isso, há o livro Poder do Hábito, de Charles Duhigg.

Hoje separamos cinco hábitos que deverão perdurar após a quarentena.

1. Consumir pela internet

É inegável que sofreríamos muito mais caso esta quarentena tivesse acontecido há dez ou mais anos.

A tecnologia nos aproximou virtualmente, inclusive nas compras.

Muita gente foi obrigada a começar a comprar pela internet, já que os estabelecimentos estão fechados, ou mesmo por receio de sair às ruas.

E não estamos falando só de compras de livros e eletrônicos, que já ocorriam por esse meio mais recorrentemente antes da quarentena.

Segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), 61% dos clientes que compraram on-line durante a quarentena aumentaram o volume de compras devido ao isolamento social.

E o destaque foi para compras de alimentos e bebidas de consumo imediato, que cresceram 79%.

Nos próximos meses, podemos ver não só o crescimento de pedidos de comida pronta por aplicativos, como iFood e Rappi, por um público que antes não os utilizavam, mas também a adoção de hábito de compra em supermercado por aplicativos e sites.

2. Pesquisar preços

Com a adoção de mais tecnologia no consumo, devemos começar a pesquisar preços de maneira mais rotineira.

Quando você está comprando fisicamente, sente uma pressão para levar o produto na hora, uma vez que não sabe quando vai voltar ao mesmo lugar.

E é acometido por um fenômeno social chamado preguiça. Não quer ter de percorrer vários lugares para pesquisar preços e economizar alguns reais, mesmo que no longo prazo esse pouco faça bastante diferença.

A compra online nos permite ganhar tempo. Em poucos cliques, é possível saber se está fazendo bom negócio.

Este é um hábito que veio para ficar!

Seguindo a tendência de compra de comida online, as pessoas têm descoberto os aplicativos de supermercado e de comparação de preços.

Há vários por aí, como Buscapé e Pinngo, que leem códigos de barras e pesquisam o preço na região.

3. DIY

No mundo da internet, há uma expressão muito famosa para objetos, roupas e qualquer coisa que você pode fazer ou transformar com as suas próprias mãos: do it yourself.

Nessa quarentena, é uma expressão apropriada para as habilidades que temos testado.

Vimos amigos e amigas pintando as paredes de casa, inovando na decoração, cortando o cabelo ou mesmo adquirindo novos hábitos nunca testados.

É possível que com a volta à vida normal alguns desses serviços voltem a ser consumidos, mesmo que talvez em frequência menor.

As pessoas vão dar mais valor ao seu dinheiro.

4. Trabalho remoto e adoção de tecnologia

A adoção da tecnologia também chegou aos modelos de trabalho.

Zuckerberg já falou que o Facebook adotará o trabalho remoto permanentemente, assim como a equipe do Twitter.

Muitas empresas devem dar adeus ao escritório por uma questão de custo e melhora da qualidade da vida dos funcionários. Afinal, percebemos que talvez não precisemos mais passar horas por dia em deslocamento.

A quarentena foi um grande laboratório forçado de home office, nos setores possíveis, e empresas viram que pode funcionar.

Mesmo as empresas mais tradicionais passarão a adotar mais ferramentas para reuniões à distância em vez de gastar com deslocamento, passagens e hospedagens.

Evidência disso é que uma pesquisa da Navita, empresa de softwares corporativos, apontou que os downloads de aplicativos de produtividade aumentaram 189% neste ano, e de aplicativos de comunicação, 251%.

A empresa de calls Zoom também tem visto suas ações dispararem e isso já foi tema até de um vídeo do Econoweek.

5. Consumo de entretenimento online

Os shows no Brasil têm fama de serem muito caros e a quarentena trouxe a adoção das lives.

A emissão de tickets de shows e espetáculos tombou 99% em abril desse ano em relação a abril do ano passado, segundo ACI Worldwide, empresa de sistemas de pagamento eletrônico. Claro, sabemos que os shows são aglomerações que deixaram de existir por enquanto.

As lives, como vemos hoje, com shows de longa duração, devem acabar. Até porque 62% das pessoas não pagariam para assistir a uma live e, dos dispostos a gastar com isso, 84,5% pagariam no máximo R$ 10 para ver um evento online ao vivo.

Sete em cada dez preferem a experiência de um evento ao vivo. Apesar disso, muitos artistas devem começar a adotar mais as redes para se aproximar.

Mas há mais coisas além de lives. Vários museus criaram experiências online.

No fim de semana em que começou a quarentena, por desaviso, a economista do Econoweek, Yolanda Fordelone, foi ao Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no centro de São Paulo, e deu de cara na porta. O local estava fechado.

Mesmo assim, ela pôde ver à exposição do local sobre o Egito Antigo pelo do CCBB.

E assim tem sido por museus do mundo inteiro.

Fordelone gostou da experiência digital, sobretudo porque há comentários e narrações de especialistas, além do que se pode consultar na internet para pesquisar mais sobre algum assunto.

Apesar disso, ela diz que também gosta muito da experiência presencial porque "você fica mais focado, desligado do resto do mundo e não é interrompido".

Em todo caso, se os museus continuarem a disponibilizar as obras online, a economista acredita que adotará mais às visitas digitais.

Quais são os hábitos que você acha que manteremos após a quarentena? Conte aqui nos comentários ou fale com a gente no nosso canal do YouTube, Instagram e LinkedIn. Também é possível ouvir nossos podcasts no Spotify. A gente sempre compartilha muito conhecimento sobre economia, finanças e investimentos. Afinal, o conhecimento é sempre uma saída!