Seca prolongada castiga grandes zonas produtoras de soja na Argentina

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Enquanto o Brasil se prepara para uma safra recorde de soja, os agricultores argentinos enfrentam um cenário de falta de chuvas castigando as principais regiões produtoras de soja e milho.
No cenário macro, a atenção é voltada para as promessas de tarifas feitas por Donald Trump, empossado na segunda (20) para novo mandato. Estes são fatores que podem ajudar a formar preço da soja brasileira nas próximas semanas.
As precipitações previstas para o último fim de semana praticamente não se concretizaram no país vizinho, prolongando a seca que já compromete o potencial produtivo do país, segundo informações da Bloomberg. O Brasil é o maior exportador global de soja in natura e a Argentina do farelo de soja.
Na Argentina, a colheita da soja geralmente ocorre entre abril e junho, dependendo das condições climáticas e da região produtora. O ciclo da cultura começa com o plantio entre outubro e dezembro.
A zona núcleo, principal região produtora de soja do país, costuma colher mais cedo, a partir de abril, enquanto áreas mais ao sul e ao oeste, como em Córdoba e La Pampa, podem estender a colheita até junho.
Apesar das dificuldades, qualquer volume de chuva traz um alento para as próximas semanas, que são decisivas para o desenvolvimento das lavouras. Meteorologistas ouvidos pela Bloomberg afirmam que o volume de chuvas pode mudar entre o final de janeiro e fevereiro.
O movimento do mercado internacional é acompanhado pelo Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Universidade de São Paulo, em Piracicaba (SP).
Segundo o último relatório dos pesquisadores, que não mencionou a estiagem, o governo Milei sinalizou a possibilidade de reduzir as "retenciones" - restrições a vendas ao exterior - sobre produtos agrícolas em 2025, "o que pode estimular as exportações e aumentar a concorrência com o Brasil no mercado de farelo de soja."
"De modo geral, o mercado permanece atento às ações do novo governo dos Estados Unidos, especialmente no que se refere às tarifas de importação, que podem desencadear reações de outros países e redirecionar compradores para a América do Sul", afirma o estudo do Cepea.
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