The Economist: Lula não tem herdeiros políticos claros dentro e fora do PT
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Na edição desta semana, a revista britânica The Economist publicou uma análise na qual argumenta que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tem sucessores políticos claros.
Sob o título "Can Brazil's left survive without Luiz Inácio Lula da Silva?" ("A esquerda brasileira pode sobreviver sem Luiz Inácio Lula da Silva?", em tradução livre), a influente publicação financeira destaca que, à medida que Lula se aproxima dos 80 anos e enfrenta desafios de saúde, como as cirurgias no cérebro a que foi submetido no ano passado, o PT não tem uma liderança forte para levar seu legado.
A publicação chama Lula de "titã da esquerda latino-americana" e citou possíveis sucessores no PT, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apontado como uma opção pragmática, mas sua abordagem fiscal rigorosa e seu perfil acadêmico o tornam "pouco atrativo" para a base petista. A publicação cita ainda nomes nordestinos, como os ministros da Educação, Camilo Santana ("pouco conhecido nacionalmente"), e da Casa Civil, Rui Costa.
De acordo com a análise, o PT se consolidou em um Brasil muito diferente daquele de suas origens. O sindicalismo e o catolicismo de base que impulsionaram o partido nas décadas de 1980 e 1990 deu lugar a uma economia dominada pelo agronegócio de alta tecnologia e por trabalhadores de aplicativos, além da forte expansão das denominações evangélicas no conjunto da população. O texto ressalta que, embora Lula continue sendo a figura mais popular do partido, a erosão de sua base tradicional representa um desafio significativo para sua sucessão.
Fora do PT, são listados como alternativas de esquerda os deputados Guilherme Boulos (PSOL) e Tabata Amaral (PSB), "apesar de representarem uma nova geração, ainda não conquistaram o eleitorado em escala nacional, e suas recentes derrotas eleitorais reforçam essa dificuldade". Na verdade, Tabata, 31, não terá a idade mínima de 35 anos para concorrer à Presidência em 2026.
Por fim, a The Economist conclui que, no cenário de Lula não saindo como candidato em 2026, a esquerda brasileira corre o risco de fragmentação, e o PT pode se ver reduzido a uma força política periférica. A incerteza em torno da sucessão do presidente reflete a dificuldade da esquerda em se renovar e encontrar um nome capaz de galvanizar o eleitorado em um cenário político cada vez mais polarizado, segundo a análise.
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