Graciliano Rocha

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Reportagem

Boeing, que esteve a um passo de comprar Embraer, acumula problemas

Depois de desistir da compra da Embraer em 2020 por conta da pandemia, a Boeing reportou perdas de quase US$ 3,8 bilhões no quarto trimestre de 2024, mais do que esperavam os analistas. O prejuízo anual foi de R$ 11,8 bilhões. Foi um dos anos mais difíceis da história da gigante aeroespacial americana.

Os problemas começaram em janeiro, com o estouro de um painel da fuselagem de um 737 Max em pleno voo, o que obrigou a uma redução de produção da linha de aeronaves. Depois, a empresa foi sacudida por uma greve de sete semanas, paralisando as linhas de montagem. Ao todo, a Boeing entregou cerca de 350 aviões em 2024, bem abaixo dos 530 do ano anterior e dos quase 770 da Airbus, principal rival global.

As ações, no entanto, subiram esta semana, o que mostra que investidores deram um voto de confiança em Kelly Ortberg, que assumiu a presidência da empresa em agosto passado, para que lidere a recuperação da empresa. Ele já anunciou o corte de 17 mil postos de trabalho e reforçou o caixa da empresa, prometendo priorizar a qualidade da engenharia.

Enquanto a americana opera em baixa altitude, a Embraer voou alto em 2024, seu melhor ano da história recente.

Numa apresentação para investidores, atualizada nesta semana, a empresa de São José dos Campos projeta que seu balanço anual apresente uma receita entre US$ 6 bilhões e 6,4 bilhões, alcançando um lucro de pelo menos US$ 360 milhões, mais que dobrando o ano anterior.

O melhor dado da Embraer é o backlog de US$ 22,7 bilhões. Este valor representa o total de encomendas que a empresa tem para entregar nos próximos anos. Em janeiro, a Força Aérea do Uruguai converteu em encomendas as opções de compras para cinco A-29 Super Tucano.

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