Mariana Grilli

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Reportagem

Milho: Safra pode superar 125 mi de toneladas e reduzir preço em Chicago

Nas últimas semanas, estive de recesso e fui passar alguns dias entre montanhas. No entanto, como os olhos de repórter não descansam, foi inevitável reparar nas lavouras de milho à beira das estradas.

Fiquei hospedada em uma casa próxima ao Pico dos Três Estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Em cada lado da residência, uma vista diferente, variando entre a Serra da Mantiqueira, o Parque Nacional da Serra da Bocaina e o Parque Nacional do Itatiaia.

Para chegar até lá, estrada de terra, plantações de milho e pecuária de corte e leite. Meu palpite é que, em parte das propriedades por onde passei, os grãos se tornarão silagem para o rebanho.

Independente da destinação, fui conferir o andamento da safra, cuja projeção da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) - feita em dezembro - é de 119,63 milhões de toneladas na safra 2024/25. O número é tímido em relação ao que apontam outras projeções.

A estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) é maior e prevê 127 milhões de toneladas de milho no Brasil, sinalizando novo recorde.

Na última sexta-feira, 3, a consultoria StoneX divulgou a estimativa de 24,8 milhões de toneladas de milho primeira safra 2024/25, o que representa elevação de quase 1% em comparação com a previsão feita em dezembro. Para a atual segunda safra, a StoneX calcula 101,57 milhões de toneladas.

Somados os dois períodos, o montante calculado pela consultoria se aproxima mais dos números do USDA do que da Conab.

Por causa destes números, o mercado futuro do milho registra cotações inferiores ao mercado spot. Lá na frente, com uma safra bem volumosa, a disponibilidade de milho deve ser grande o suficiente para abaixar os preços. Quem aponta o cenário é o Cepea/USP (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), com informações divulgadas na segunda-feira (6).

A safra estadunidense também deve contribuir para a queda dos preços na Bolsa de Chicago. Segundo o USDA, os EUA devem produzir 384,6 milhões de toneladas na safra corrente, e embora a relação interna entre oferta e demanda esteja equilibrada, o excesso de milho no mercado internacional tende a derrubar a cotação do grão.

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Na próxima semana, a Conab deve soltar um novo boletim de monitoramento e a expectativa do mercado é saber se o órgão do governo federal considerará uma safra de milho acima dos 125 milhões de toneladas. Ainda assim, o título de maior produtor de milho do mundo deve permanecer com os norte-americanos.

Reportagem

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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