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Pilotos brigam durante voo, e tripulação intervém. Por que avião não caiu?
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Dois pilotos brigaram durante um voo da Air France na rota entre Genebra e Paris, recentemente. A confusão resultou na troca de "gestos inapropriados" entre eles, segundo a própria Air France, e foi necessária a intervenção de outros tripulantes para que o voo seguisse sem mais problemas e em segurança até o destino.
Testemunhas relataram que um funcionário da companhia permaneceu dentro da cabine de comando até o final da viagem para garantir que tudo transcorresse bem. A situação ganhou notoriedade apenas na última semana, devido à repercussão na imprensa internacional.
Por que o avião não caiu, mesmo com os pilotos brigando entre si?
Embora não tenham sido divulgadas muitas informações sobre o que aconteceu de fato ali dentro, alguns fatores podem ter contribuído para que o avião pousasse sem problemas.
Por que o avião não caiu? A empresa não divulgou o que ocorreu exatamente durante aquele voo.
Acredita-se que o problema não tomou proporções maiores porque os demais integrantes da tripulação intervieram, e que a discussão foi resolvida, com os pilotos realizando o pouso após a briga.
Caso os dois pilotos parassem de pilotar o avião para brigar, a aeronave, ainda assim, não fugiria da rota: o piloto automático continuaria o voo até próximo da pista, pelo menos.
Dali, se não fosse realizado nenhum comando, o avião continuaria voando em linha reta, como aconteceu recentemente com um avião da Ethiopian Airlines, quando qual os pilotos dormiram e perderam o momento do pouso.
Em situações como essa, avião pode cair? Em situações mais drásticas, se os pilotos partissem para a agressão física, poderiam esbarrar nos controles, levando a uma perda de controle do avião, um mergulho e até mesmo a uma queda.
Se o avião inclinasse muito para o lado, alarmes soariam na cabine alertando ser necessária uma ação para evitar perda de sustentação. Situação parecida ocorreria se o nariz da aeronave subisse muito. Nesse caso, dispositivos também alertariam sobre o risco.
Com o alerta, os pilotos teriam um curto espaço de tempo para interromper a briga, retomar o controle do avião e recuperar o voo regular.
Organizações internacionais da aviação vêm estimulando com maior frequência nos últimos anos capacitações para que os tripulantes consigam sair de situações nas quais o avião não esteja mais voando com uma atitude normal.
Se os pilotos, ainda assim, não se comportarem adequadamente e deixarem de seguir os procedimentos estipulados, permanece o risco de queda.
Qual o risco ao se esbarrar nos controles? Aviões de passageiros modernos têm proteções para situações nas quais os controles são acionados de maneira equivocada, ignorando comandos exagerados. A proteção serve para ignorar comandos exagerados, por exemplo.
Se o piloto esbarrasse no manche, ou no sidestick (dispositivo que controla o voo em aeronaves da Airbus, similar a um joystick), por exemplo, o avião poderia interpretar aquele comando como errado e ignorá-lo, dependendo da situação.
Ainda que fizessem um movimento fora do planejado, o avião levaria um certo tempo para responder a esses comandos, permitindo que o avião fosse recuperado para o voo normal.
Como tripulantes agem nessas situações? Cada empresa tem procedimentos operacionais padronizados para diversos tipos de ocorrências. Em várias delas, há regras sobre como agir em situações como brigas.
Uma dessas regras é manter um funcionário da empresa dentro da cabine quando algum risco é detectado.
Outro exemplo é trocar o piloto, desde que haja outro disponível no voo.
O que empresas fazem para prevenir brigas e confusões entre os tripulantes a bordo? Existe uma série de medidas de segurança para evitar problemas graves em caso de briga ou confusão no voo.
Uma delas é o CRM (Corporate Resource Management - Gerenciamento de Recursos Corporativos). De maneira simplificada, essa técnica busca melhorar a atuação dos pilotos e o gerenciamento na cabine de voo para evitar o risco de erros e conflitos.
Por exemplo, recomenda-se a utilização de uma comunicação padronizada e o mais curta possível, diminuindo a possibilidade de erros na operação. Ainda se busca criar um ambiente mais igualitário e menos autoritário, onde os pilotos são estimulados a questionar os comandantes caso observem algum erro cometido por eles.
O procedimento serve para evitar tanto problemas técnicos quanto problemas causados pelas pessoas, o chamado fator humano.
Leia a nota da Air France sobre o ocorrido em junho:
"A Air France confirma que, após um desentendimento entre dois pilotos voando um A320 na rota Genebra-Paris em junho de 2022, gestos inapropriados foram trocados. O incidente foi rapidamente resolvido, sem afetar a conduta ou a segurança do voo, que prosseguiu normalmente. Os pilotos envolvidos estão atualmente suspensos de voar e aguardam uma decisão gerencial sobre o resultado/tratamento do incidente. A Air France lembra que a segurança de seus clientes e equipes de bordo é sua prioridade absoluta."
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