Passaporte e viagem na 'executiva': como os cavalos voam para a Olimpíada?
Com milhares de atletas reunidos na França, as Olimpíadas de Paris começaram nesta sexta-feira (26) com a expectativa de atrair bilhões de espectadores de todo o mundo. Além de todos os participantes, organizadores, voluntários e turistas, outras estrelas dos jogos também precisaram chegar ao país europeu: os cavalos.
Junto aos seus 65 cavaleiros, eles participarão das três disciplinas do hipismo: adestramento, saltos e concurso completo de equitação (CCE). Mas, para alguns chegarem até o Palácio de Versalhes, onde as provas serão realizadas, uma maratona aérea precisou ser realizada.
Pelo ar
Parte dos animais que participarão das provas de hipismo das Olimpíadas fica na Europa. Aqueles que estão mais longe do local dos jogos, precisam usar aviões para serem deslocados.
É o caso da equipe dos Estados Unidos que, entre outras, precisou cruzar o oceano com seus animais a bordo de aviões. Mas se engana quem pensa que esses animais, que chegam a pesar cerca de 630 kg, vão apertados e como uma carga qualquer nas aeronaves.
Transporte em 'classe executiva'
Segundo a FEI (Federação Equestre Internacional), o transporte dos cavalos é uma operação com o conforto similar ao de classe executiva. Cada animal fica em um compartimento próprio, onde eles se alimentam durante o voo e podem descansar, o que acontece em pé mesmo.
A temperatura interna desses compartimentos é controlada para não causar nenhum problema de saúde. Também é oferecida água constantemente, buscando evitar a desidratação dos cavalos.
Toda a viagem é feita sem sedar os animais. Isso só ocorre em situações muito raras.
Além dos animais, a logística em torno das provas de hipismo ainda envolve o transporte de toneladas de equipamentos. Ao mesmo tempo, devem viajar a Paris, além dos cavaleiros, treinadores, veterinários, equipe técnica, entre outros profissionais ligados às provas.
Passaporte especial
O uso de passaporte não é exclusivo de humanos. Os cavalos que viajam em competições também podem precisar desse tipo de documento.
Ele é reconhecido pela FEI, e nele constam informações de saúde, exames de sangue, características do animal, entre outras informações. Isso ajuda a garantir que o cavalo que está sendo transportado é, de fato, o que irá competir e evita possíveis trocas.
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Quero receberDependendo das circunstâncias, ainda pode ser exigida uma quarentena antes da data das provas, buscando reduzir riscos de contaminação entre os animais.
Local das provas
Nos Jogos Olímpicos de 2024, a sede do hipismo será o palácio de Versalhes, castelo considerado ícone da arquitetura francesa. Ali esteve a corte do rei Luís XIV no século 17, se tornando um museu a partir de 1883.
Hoje, o local é considerado patrimônio mundial da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
Curiosidades
Provas com cavalos surgiram nos jogos olímpicos da antiguidade, com as corridas de bigas. Ou seja, os cavalos estão presentes nas Olimpíadas desde os tempos mais remotos.
Veja a seguir algumas curiosidades do transporte realizado em 2021 para as Olimpíadas de Tóquio (Japão):
- Foram 247 cavalos transportados pela companhia aérea Emirates em 2021, tanto para os Jogos Olímpicos, quanto os Paralímpicos.
- A Peden Bloodstock foi a empresa responsável por organizar esse tipo de transporte, que ela realiza para os Jogos desde a edição de Roma, em 1960. Em 2024, inclusive, eles realizaram o transporte de um dos animais que irá competir pela delegação brasileira.
- Um comboio de 11 caminhões com ar-condicionado de propriedade da Associação Japonesa de Corrida levou os animais do aeroporto até os estábulos da competição em 185 viagens no total.
- Entre os exemplares que competiram em Tóquio em 2021, um cavalo de adestramento pesava, em média, 630 kg, frente a 515 kg de um cavalo de equitação e 610 kg em média de um cavalo de salto.
- Ao todo, foram cerca de 100 toneladas de equipamentos e 60 toneladas de comida transportadas em 19 voos (14 para as Olimpíadas e cinco para as Paralimpíadas).
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