Ranking: Boeing retoma liderança e volta a ser a que mais entrega aviões
O primeiro bimestre de 2025 revelou uma feliz surpresa para a Boeing. A fabricante norte-americana de aviões retomou a posição de liderança global em número de entrega de aeronaves.
Desde o início da crise envolvendo o 737 Max, a empresa vinha enfrentando uma série de problemas. Passando pela redução no número de entregas, greves, mudanças na direção da companhia e até problemas com fornecedores (que afetam a cadeia global de suprimentos), agora, a empresa retomou sua posição de destaque no começo de 2025.
Períodos intercalados
Em 2012, a Boeing havia retomado o posto de líder de entregas de aeronaves, posto que havia perdido em 2003 para a europeia Airbus. Após as quedas dos 737 Max no final de 2018 e início de 2019, a norte-americana perdeu o primeiro lugar novamente, quando reduziu a menos da metade a quantidade de entregas em 2019.
Durante o período da pandemia, as duas empresas frearam o ritmo de entregas, que havia batido as 800 unidades em 2018 e 2019 (neste último, apenas a Airbus superou a marca). Até hoje, a quantidade de entregas não voltou ao ritmo pré-covid, e a Boeing ainda havia enfrentado dilemas nos anos seguintes.
Entre eles, no começo de 2024, uma porta tampão de um 737 Max havia se soltado, gerando novas dúvidas sobre a segurança do projeto. Entretanto, até o momento, ficou provado que o que houve foi uma falha na linha de produção, e não no projeto, já que a porta definitiva não havia sido fixada no local adequado.
Com isso, esse começo de ano se mostra promissor para a Boeing, que entregou 89 aeronaves ao todo. Entre elas, 71 são da família 737 Max, sendo que 70% delas foram destinadas a companhias aéreas das Américas do Sul e do Norte.
No Brasil, a única empresa a operar os jatos 737 Max da Boeing é a Gol, que tem ampliado sua frota do modelo.
Em 2024, o UOL foi o único veículo de comunicação do hemisfério sul a participar de um evento promovido pela empresa para mostrar a evolução em seus processos de segurança. Veja como foi aqui.
Entregas
Veja o ranking de entregas das empresas ano a ano:
Trump pode dificultar as coisas
O tarifaço imposto pelo presidente dos EUA Donald Trump pode dificultar a venda de aviões da Boeing mundo afora. Os aviões da empresa podem ficar US$ 40 milhões (R$ 227 milhões) no pior cenário, afirmou à rede norte-americana CNBC Aengus Kelly, presidente da AerCap, a maior empresa de leasing (espécie de aluguel) de aviões do mundo.
O executivo ainda disse que, se esse cenário se concretizar, as companhias aéreas passarão a recorrer aos aviões da Airbus, que poderia abocanhar uma fatia de 75% a 80% do mercado global de aeronaves.
Entretanto, Kelly diz que ainda é cedo para determinar o os impactos dessas medidas. Ele também demonstrou confiança na empresa, e que viu melhoras recentes na qualidade e nos procedimentos da Boeing.
Reportagem
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