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Pilotos têm 'anjos da guarda': saiba como funciona a Esquadrilha da Fumaça

O tradicional desfile de 7 de setembro acontece neste sábado (7) e vai contar com a apresentação da Esquadrilha da Fumaça, em Brasília, na Esplanada dos Ministérios. A exibição está prevista para 10h30 (de Brasília).

Dez curiosidades sobre o esquadrão da FAB

Não começou com fumaça: a primeira apresentação foi feita em 1952, mas sem fumaça ainda, o que só veio a ocorrer no ano seguinte, quando o público começou a chamar o grupo de "Esquadrilha da Fumaça".

Quantos aviões se apresentam? As demonstrações contam com sete aeronaves, cada uma numerada e com uma função específica. Algumas apresentações ainda contam com um avião extra, que oferece apoio e transporte das equipes e de materiais para as demonstrações.

Quanto tempo dura? Cada demonstração dura por volta de 35 minutos, onde podem ser realizadas cerca de 50 manobras.

Quais aviões já foram usados? Historicamente, a Esquadrilha da Fumaça utilizou cinco modelos diferentes de aviões: North American T-6 Texan, T-24 Super Fouga Magister, T-25 Universal, T-27 Tucano e o atual A-29 Super Tucano.

Quais as principais manobras? Entre as principais manobras estão a bomba, o desfolhado, o break, o looping, o tonneau reverso e o coração. Os pilotos ainda podem escrever no céu, utilizando um sistema coordenado que solta a fumaça em cada avião no tempo certo para que as palavras sejam formadas, como se fosse uma impressora matricial.

Recorde: o esquadrão detém o recorde no Guinness Book de maior quantidade de aeronaves voando de dorso (cabeça para baixo) em formação. Ao todo, foram 12 aviões T-27 Tucano voando com a barriga para cima durante 30 segundos. A marca foi conquistada em 2006 sobre o Campo Fontenelle, na Academia da Força Aérea, em Pirassununga. Foram três quilômetros voados em formação.

Anjos da Guarda: além dos oito pilotos (sete em voo e um no solo fazendo a apresentação), o esquadrão ainda conta com uma equipe de apoio chamada de "Anjos da Guarda". São militares graduados divididos em equipes de especialistas das áreas administrativa e de manutenção de aeronaves.

Além deles, a equipe da Esquadrilha da Fumaça é composta por oficiais aviadores (incluindo os pilotos), especialista em aviões, médica, administradora e oficiais de comunicação social, além de diversos soldados.

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Mortes: em sua história, o EDA registrou a morte de alguns de seus pilotos. Em agosto de 2013, um dos aviões caiu durante o treinamento em Pirassununga (SP), matando piloto e copiloto. Em 2010, o piloto de uma das aeronaves caiu quando estava próximo à pista do aeroporto de Lages (SC), morrendo em seguida.

Em abril de 2022 também aconteceu um acidente em Pirassununga. Dessa vez, entretanto, piloto e mecânico que estavam a bordo conseguiram ejetar e sobreviveram.

É possível solicitar uma demonstração? Quem quiser solicitar uma demonstração deve enviar um pedido para a Aeronáutica com antecedência mínima de quatro meses. É preciso informar os possíveis locais para a realização, datas, público esperado, objetivo do evento, entre outras informações. As apresentações são gratuitas, e não podem ser utilizadas com finalidades comercial ou de propaganda político-partidária. Veja mais informações aqui.

Como se tornar um "fumaceiro"? Para se tornar um "fumaceiro", que é o apelido dado aos pilotos do esquadrão, é preciso ser, antes de tudo, um piloto militar. Ele precisa passar pelas formações iniciais de pilotagem e, em seguida, atuar por um tempo mínimo em algumas das áreas da FAB (aviação de caça, de patrulha ou de transporte, por exemplo).

Quando a vaga é aberta, os integrantes do grupo naquele momento recebem as candidaturas e avaliam a experiência de cada um para definir quem irá assumir o posto. Em seguida, são feitos diversos treinamentos no A-29 antes de começar o voo em formação para, aí, começar a voar nas demonstrações. Cada piloto fica por cerca de cinco anos no EDA.

*Texto publicado originalmente em 07/09/2022

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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