OGX, de Eike Batista, tem alto risco de calote, diz agência de risco
A agência de classificação de risco Moody's rebaixou, no fim desta terça-feira (2), a nota de crédito da petrolífera OGX (OGXP3), do bilionário Eike Batista, de "B2" para "CAA2" com perspectiva negativa. Essa classificação significa alto risco de calote, e é a quarta pior nota da agência em uma escala com 21 classificações.
Também ontem, outra agência de risco, a Standard & Poor's, cortou a nota de crédito da petroleira, de "B-" para "CCC", num nível próximo ao de empresas em situação de calote. Em meados de junho, a Fitch também havia rebaixado a nota da empresa, para CCC.
As agências de classificação de risco, que dão notas para países, empresas e negócios, determinando sua suposta credibilidade financeira, foram muito criticadas por terem falhado na crise global de 2008/2009.
Justificativa da Moody's
De acordo com a Moody's, "o rebaixamento do rating da OGX é motivado pela fraca resposta de produção de petróleo e dos fluxos de caixa, comprometendo negativamente a cobertura de notas sênior sem garantias da empresa".
Sustentando que a nova classificação reflete a alta alavancagem financeira em relação à produção da empresa e seus fluxos de caixa, a Moody's acrescentou que a OGX deverá enfrentar um cenário de liquidez apertada nos próximos 12 a 18 meses, com a expectativa de busca de alternativas adicionais para o cumprimento de obrigações operacionais e financeiras.
Crise de confiança
As decisões ocorrem num momento em que as empresas do bilionário enfrentam uma séria crise de confiança no mercado e grandes perdas na Bolsa de Valores. As ações da empresa desabaram 20% em apenas um dia.
A empresa de gestão de risco Kamakura listou a OGX a terceira empresa do mundo com maiores ameaças de calote aos credores. Vários bancos também reduziram sua expectativa de preço para a ação da OGX --o Deutsche Bank estimou que o papel vai valer R$ 0,10 no prazo de um ano.
Momento conturbado para a OGX
Segundo a S&P, o rebaixamento deve-se principalmente ao anúncio feito pela OGX na segunda-feira de redução nos planos de desenvolvimento da produção. Segundo a petroleira, os três poços no campo de Tubarão Azul podem cessar a produção em 2014, devido à falta de tecnologia disponível.
Além disso, a OGX cancelou encomendas para novas plataformas de petróleo, e não irá desenvolver os campos de Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Areia Tubarão, todos na bacia de Campos.
"Esperamos que a OGX precise de financiamento externo adicional para amortecer a falta de caixa no fim de 2013 e começo de 2014", segundo a agência de risco.
(Com Reuters)
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