Dólar tem sexta alta e vai a R$ 2,416, apesar de ação do BC
O dólar comercial teve a sexta alta seguida nesta segunda-feira (19), e fechou com valorização de 0,83%, a R$ 2,416 na venda, apesar de forte atuação do Banco Central.
É o maior valor desde o dia 2 de março de 2009, quando a moeda fechou a R$ 2,443.
Nestas seis sessões, o dólar já acumula valorização de 6,24%. Só na semana passada, a moeda acumulou alta de mais de 5%.
A alta do dólar hoje foi influenciada pelos movimentos no exterior e pela persistente desconfiança de investidores com a economia brasileira.
O Banco Central fez atuações como há muito tempo não se via: foram três leilões de swap cambial tradicional --equivalentes à venda futura de dólares-- e dois anúncios de leilão, um de linha e outro de swap tradicional, para serem realizados na terça-feira.
Os leilões de venda de dólares são uma tentativa do BC de tentar segurar a tendência de alta.
Os investidores também estavam preocupados com uma possível redução do programa de estímulos do Federal Reserve (Fed), banco central norte-americano, já no próximo mês. O Fed divulga a ata de sua última reunião nesta quarta-feira (21).
Atuações do Banco Central
O dólar abriu em forte alta, praticamente ignorando o fato de o BC ter anunciado, na noite de sexta-feira, a rolagem de 20 mil contratos de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro.
A autoridade monetária acabou vendendo o lote todo, com volume financeiro equivalente a US$ 986,1 milhões e, assim, já rolou 40 mil contratos dos US$ 100,8 mil que vencem no início de setembro.
Mas, antes de realizar este leilão, o BC anunciou outra venda de swap cambial tradicional --desta vez não para rolagem. Vendeu, então, o lote integral de 40 mil contratos com vencimentos em 1º de novembro deste ano e 1º de abril de 2014.
No terceiro leilão, realizado durante a tarde, a autoridade monetária vendeu 10,05 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em 1º de novembro de 2013 e 2.500 contratos com vencimento em 1º de abril de 2014, com volume financeiro equivalente a US$ 627,9 milhões. A oferta total era de até 40 mil contratos e também não foi para rolagem.
Pouco após o anúncio do terceiro leilão, a autoridade monetária divulgou que ofertará, na terça-feira, até US$ 4 bilhões no mercado à vista com compromisso de recompra. O BC não fazia uso desse instrumento desde 20 de junho deste ano.
Por fim, após o encerramento dos negócios, o BC informou que fará também na terça-feira novo leilão de swap cambial tradicional para rolagem dos papeis que vencem no início de setembro. Serão ofertados 20 mil contratos com vencimento de 1º de abril de 2014.
Mercado vê dólar em R$ 2,30; banco espera R$ 2,45
Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) para o Boletim Focus estimam que o dólar deve encerrar o ano em R$ 2,30, contra R$ 2,28 projetados na semana passada.
Para o banco Barclays, o dólar terá elevação gradual chegando a R$ 2,45 nos próximos 12 meses.
"Estamos preocupados que a deterioração dos fundamentos brasileiros (conta fiscal pior, aumento do déficit em conta corrente e falta de planejamento de longo prazo do governo) levará a um downgrade (rebaixamento da nota brasileira) de crédito no primeiro trimestre de 2014, o que pressionará mais o real", disseram os analistas do banco.
Quem está com viagem marcada deve comprar dólar já
Quem vai viajar para o exterior nas próximas semanas não deve esperar muito para comprar dólares, dizem especialistas em finanças pessoais. Havendo recursos, o ideal é comprar a moeda agora.
A pressa na compra se justifica porque o cenário para o mercado de dólar é incerto nos próximos meses, diz Ricardo Rocha, professor de finanças do Insper.
(Com Reuters)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.