Dólar fecha a R$ 3,057 e sobe 7% na semana, maior alta desde auge da crise

O dólar comercial fechou em alta de 1,49% nesta sexta-feira (6), negociado a R$ 3,057 na venda. É o maior nível de fechamento desde 27 de julho de 2004 e o quinto dia seguido de alta.

Depois de subir mais de 1% em todas os dias desta semana, o que é raro, a moeda norte-americana acumulou alta de 7,02% no período, a maior desde novembro de 2008 (8,37%), no auge da crise econômica global.

No ano, até agora, a moeda já acumula alta de 14,96%.

A alta de hoje foi influenciada pelo relatório de emprego nos Estados Unidos, que mostrou que a taxa de desemprego caiu em fevereiro para 5,5%.

Isso mostra que a economia norte-americana pode estar se recuperando, e os investidores temem que o Federal Reserve, o banco central de lá, volte a subir as taxas de juro, que hoje estão próximas de zero.

Se as taxas subirem por lá, muitos operadores que hoje investem em economias emergentes atrás de ganhos maiores irão transferir seus recursos.

Tendência mundial

Essa preocupação afeta os investidores de vários países, não só do Brasil. Em relação ao euro, por exemplo, o dólar atingiu a maior cotação desde 2003 durante o dia.

Em relação a um grupo de moedas de 11 países, a cotação do dólar também atingiu o maior nível em 11 anos, segundo a agência de notícias Reuters.

"Toda a região (América Latina) está sofrendo, mas o real é especialmente vulnerável, em função dos problemas fiscais", disse o economista da 4Cast Pedro Tuesta à Reuters.

Atuação do BC no mercado de câmbio

No Brasil, o BC manteve seu programa de intervenções no mercado de câmbio, mas agora com metade da oferta.

Foram vendidos 1.000 contratos com  vencimento em 1º de dezembro deste ano, e outros 1.000 para 1º de fevereiro do ano que vem.

O BC também fez mais um leilão para rolar os contratos que vencem em 1º de abril. 3.100 contratos para 1º de abril de 2016 e 4.300 contratos para 1º de junho, com volume equivalente a US$ 358,1 milhões.

Ao todo, o BC já rolou o equivalente a US$ 1,793 bilhão, ou cerca de 18% do lote total, correspondente a US$ 9,964 bilhões.

(Com Reuters)