Dólar opera em alta, vendido perto de R$ 5,31; Bolsa cai mais de 4%
O dólar comercial subia e a Bolsa caía nesta sexta-feira (3). Por volta das 15h33, a moeda norte-americana avançava 0,89%, a R$ 5,313 na venda. Na véspera, o dólar fechou em leve alta de 0,09%, a R$ 5,266 na venda. Com o resultado, a moeda bateu mais um recorde nominal (sem considerar a inflação) de fechamento desde a criação do Plano Real.
No mesmo horário, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, operava em queda de 4,87%, a 68.732,86 pontos. Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 1,81%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Desemprego nos EUA e impacto do coronavírus
Os casos globais de coronavírus ultrapassaram 1 milhão na quinta-feira (2), com mais de 52 mil mortes, após o grande aumento de casos nos Estados Unidos e o número de mortos avançando na Espanha e na Itália, de acordo com dados da agência de notícias Reuters.
O impacto econômico da pandemia continua assustando os mercados, principalmente após dados norte-americanos praticamente confirmarem uma recessão na maior potência do mundo.
Nesta sexta-feira, o Departamento do Trabalho dos EUA disse que os empregadores do país cortaram 701 mil empregos no mês passado, depois de criarem 275 mil postos de trabalho em fevereiro. A taxa de desemprego cresceu de 3,5% para 4,4%.
"Os Estados Unidos cortaram 701 mil empregos em março, evidenciando os primeiros efeitos do coronavírus no mercado de trabalho americano(...) Aqui, o reflexo foi imediato com o dólar comercial subindo fortemente", explicou em nota Jefferson Rugik, da Correparti Corretora.
"O coronavírus segue assolando o globo, e, dentre os países afetados, neste momento os EUA são o que estão em evidência", disse Ricardo Gomes da Silva Filho, também da Correparti.
Entre analistas, não há expectativa de melhora do cenário tão cedo, o que pode continuar pressionando moedas emergentes, incluindo o real.
Em nota, a Infinity Asset disse que "o problema continua a ser a ausência de um espectro temporal, pois a restrição à demanda pela paralisação se une ao temor pela perda de emprego e renda, os quais se convertem em adicionais restrições à demanda, piorando a atividade econômica como um todo".
"O quanto mais avançar tal cenário, mais se aprofundará a recessão e mais difícil será sua saída. Tal discussão só conseguirá ganhar corpo nas próximas semanas, com a possível redução do pico de casos nos EUA e Europa."
* Com Reuters
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