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Dólar emenda 4ª alta, a R$ 5,643, e sobe na semana; Bolsa cai 0,75% no dia

Em pregão, cenário interno minou as influências positivas do exterior - Issei Kato/Reuters
Em pregão, cenário interno minou as influências positivas do exterior Imagem: Issei Kato/Reuters

Do UOL, em São Paulo

16/10/2020 17h24

O dólar comercial fechou o dia em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,643 na venda, emendando a quarta alta seguida, no maior valor em duas semanas, desde 2 de outubro (R$ 5,666). A moeda norte-americana encerra a semana com valorização de 2,14%.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, recuou 0,75%, a 98.309,12 pontos, na segunda queda seguida. Na semana, porém, a Bolsa subiu 0,85%, na segunda alta semanal consecutiva. No dia, o índice foi puxado pela queda nas ações da Petrobras e de bancos.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Exterior

Segundo nota da equipe econômica da Guide Investimentos, investidores seguem ponderando os riscos do cenário no exterior, com casos de covid-19 na Europa, Brexit e falta de estímulos nos Estados Unidos.

Essas pautas desencadearam ondas de cautela globais durante a semana, depois que várias cidades europeias voltaram a impor lockdowns para combate à disseminação da covid e em meio a perspectivas cada vez menores de que a Casa Branca e o Congresso dos EUA chegarão a um acordo sobre um pacote amplo de apoio econômico antes das eleições presidenciais.

Ontem, oferecendo algum alívio aos mercados, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que está disposto a aumentar sua oferta de US$ 1,8 trilhão para um pacote de alívio da Covid-19 de forma a chegar a um acordo com a presidente democrata da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi.

Cenário interno

Durante o dia, o mercado avaliava rumores de que o governo pode prorrogar o estado de calamidade pública para o começo de 2021, o que permitiria mais gastos num momento de explosão do déficit primário —fator por trás do desempenho pior dos mercados brasileiros em relação a outros países emergentes.

"Se o governo decretar a prorrogação do estado de calamidade, aí a calamidade aumenta como se não houvesse amanhã", disse Sergio Goldenstein, consultor independente e estrategista na Omninvest Independent Insights, à agência de notícias Reuters.

Em Brasília, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), voltou a defender na noite de quinta-feira a aprovação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) do Pacto Federativo, ressaltando que o projeto que definirá condições para viabilizar o cumprimento da regra do teto de gastos no próximo ano precisa ser votado antes do Orçamento de 2021.

A saúde das contas públicas brasileiras tem dominado a atenção dos investidores nas últimas semanas, em meio a dúvidas sobre a capacidade do governo de financiar um programa de assistência social sem desrespeitar o teto de gastos.

Além das dúvidas de ordem fiscal, a sazonalidade tende a prejudicar a taxa de câmbio até o fim do ano, período de tradicional saída de dólares do país.

"Ao analisar os últimos 15 anos, de meados de outubro a meados de dezembro, o dólar norte-americano costuma se fortalecer cerca de 5%", disse a Mauá Capital em nota, acrescentando que em menos de 10% das ocasiões houve apreciação do real nesse intervalo do ano.

(Com Reuters)