Bolsa tem pior semana em 11 meses e cai 4,37% em fevereiro; dólar sobe
O Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores brasileira, fechou em baixa hoje (26) e concluiu a pior semana desde março de 2020, quando o novo coronavírus tornou-se uma pandemia e derrubou as Bolsas em todo o mundo.
O índice teve queda no dia de 1,98% aos 110.035,17 pontos, terminando a semana com perda de 7,09%. Foi o pior resultado desde a semana entre 16 e 20 de março de 2020, quando acumulou queda de 18,88%.
Nesta semana, o mercado reagiu negativamente à indicação do general Joaquim Silva e Luna, feita pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), para assumir o comando da Petrobras. No mês, o Ibovespa teve queda de 4,37%.
As ações da Petrobras caíam mais um dia. Os papéis preferenciais da estatal, que são os mais negociados, caíram 4,10% no dia, enquanto as ações ordinárias, com direito a voto, tiveram perda de 3,11%.
Já o dólar comercial fechou hoje (26) em alta de 1,66% ante o real, cotado a R$ 5,606 na venda. A moeda acumulou alta de 4,09% na semana e de 2,39% em fevereiro. É a maior cotação do dólar desde 4 de novembro do ano passado, quando atingiu R$ 5,653.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Ontem (25), a moeda norte-americana teve alta de 1,72% ante o real, cotado a R$ 5,514 na venda.
Mercado receoso com atitudes do governo
O mercado parece não estar disposto a tomar risco neste momento. Analistas dizem que o mercado sofre com saídas de recursos de investidores estrangeiros, com a queda do apelo de ativos de mercados emergentes.
A tomada de fôlego da moeda coincidiu com a piora de sinal em ativos de risco no exterior, onde o dólar ganhava de forma generalizada e as bolsas de valores voltavam a cair, enquanto os rendimentos dos títulos americanos —cuja escalada foi o pivô da liquidação dos mercados na véspera— recobravam forças e se mantinham perto de máximas em um ano.
O noticiário político doméstico tampouco ajudava o sentimento dos operadores, que analisavam a retomada de informações sobre uma eventual fragilidade do ministro da Economia, Paulo Guedes, no governo.
Prova disso é que, ao fim do dia, o presidente do Banco do Brasil (BB), André Brandão, avisou a Bolsonaro que não quer mais seguir no cargo. Bolsonaro já havia tido desavenças com Brandão no início do ano, em meio a uma onda de demissões no BB.
A saída de Brandão, que é próximo de Guedes, sinaliza ao mercado que a agenda dita liberal vai ficando para trás, com maior interferência do governo nas empresas estatais, como a Petrobras e o BB.
Assim, para tentar segurar o dólar, o Banco Central veio ao mercado com anúncio de um leilão de venda de dólar à vista, no qual colocou US$ 740 milhões. Na véspera, o BC já havia feito duas operações do tipo, nas quais colocou um total de US$ 1,5 bilhão — maior valor de venda a ser liquidado no mesmo dia desde a liquidação de US$ 2,2 bilhões em 28 de abril do ano passado.
O BC não fazia leilão de dólar à vista desde dezembro de 2020. Na segunda-feira, o Bacen já havia vendido US$ 1 bilhão em uma tentativa de conter a forte reação negativa do câmbio à percepção do mercado de ingerência política na Petrobras.
(Com Reuters)
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