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Dólar cai 1,23% e fecha a R$ 5,574, menor valor em 2 semanas; Bolsa sobe

Getty Images via BBC
Imagem: Getty Images via BBC

Colaboração para o UOL*

08/04/2021 17h31Atualizada em 08/04/2021 18h07

O dólar fechou hoje em queda de 1,23% ante ao real, cotado a R$ 5,574. É o menor valor no final de uma sessão desde 23 de março, quando a moeda norte-americana estava em R$ 5,516. Já o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores, teve alta de 0,59%.

É a terceira vez nas últimas quatro sessões que o dólar tem queda. A única alta neste período foi ontem, quando houve valorização de 0,78%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

A Bolsa registrou o seu segundo dia consecutivo de alta. O Ibovespa subiu 0,59%, com 118.313,23 pontos. Ontem, o índice teve alta de 0,11%.

As ações da Embraer (EMBR3) lideraram os ganhos no dia, com alta de 8,80%, negociadas a R$ 16,08. Já os papéis da Multiplan (MULT3) tiveram a maior perda, com queda de 2,54%, vendidas a R$ 23,38.

O que influenciou o mercado nesta quinta-feira

O dólar já começou a sessão em baixa nesta manhã, devolvendo a alta da véspera, em dia de otimismo global e busca por ativos de risco após na sessão anterior o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) reforçar expectativas de manutenção de farta liquidez, o que beneficia países emergentes como o Brasil.

Por volta das 14h, a moeda chegou a estar cotada a R$ 5,54, mas nas horas finais do pregão houve uma subida, mas que não evitou a queda de 1,23% em relação a ontem.

Na quarta, autoridades do Fed sinalizaram estar cautelosas sobre a continuidade dos riscos da pandemia e se comprometeram com o suporte da política monetária até que a recuperação esteja mais assegurada, conforme a ata da reunião de política monetária de março.

O dólar no Brasil e no mundo engatou altas nas últimas semanas por entendimento de que o Fed poderia cogitar reduzir estímulos, já que a economia dos EUA tem se recuperado em ritmo forte. A ata do banco central, porém, minimizou esse risco e permitiu alívio a ativos como moedas emergentes.

O suporte ao câmbio no Brasil, contudo, ainda parece frágil, sobretudo pela situação crítica da pandemia no país e seu consequente impacto sobre as contas públicas.

O mercado analisava notícias sobre jantar ocorrido na quarta-feira em São Paulo que contou com o presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e empresários. As informações são de que Bolsonaro prometeu respeitar o teto de gastos e a responsabilidade fiscal.

Na saída do evento, Guedes afirmou que a economia brasileira está se reerguendo, mas ressaltou ser preciso avançar na vacinação em massa no país para sustentar o crescimento. A síntese do jantar foi, segundo o ministro, vacinação em massa e avanço nas reformas estruturais.

O andamento das reformas está sujeito a uma boa relação entre Executivo e Legislativo, a qual está estremecida desde o início do entrevero entre Guedes e líderes do Congresso por causa do Orçamento —aprovado pelos parlamentares, mas criticado pela equipe econômica e por agentes de mercado por se basear em premissas consideradas irreais.

Bolsonaro precisa decidir se veta ou sanciona o Orçamento até 22 de abril.

"Até que a gente tenha um desfecho nessa frente, o mercado de câmbio e também o de juros vão continuar sentindo a fragilidade dos fundamentos", disse Victor Beyruti, economista da Guide.No Brasil, analistas da Mirae Asset afirmaram que continua o sentimento de preocupação com o avanço da pandemia, dado o ritmo lento da vacinação, além de impasse no Orçamento de 2021.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), defendeu na quarta-feira que o Orçamento de 2021 seja sancionado, mesmo que com vetos ou necessidades de posteriores correções, e afirmou ainda que acordos precisam ser cumpridos.

Quanto à pandemia, o Brasil registra mais de 340 mil mortos, o que gera preocupação no mercado. "A pandemia ainda seguirá influenciando o rumo dos mercados, com atenção para o Brasil que ainda está na fase alta da contaminação e de mortes pelo vírus", avaliou a equipe da corretora Planner.

* Com informações da Reuters