Dólar acumula queda de 1,57% na semana e fecha a R$ 5,497; Bolsa também cai
A alta de 0,78% registrada hoje não foi suficiente para compensar a desvalorização semanal do dólar, que acumulou queda de 1,57% desde segunda-feira (19), fechando a R$ 5,497 na venda. Já é a quarta semana consecutiva de balanço negativo para a moeda americana, que encerrou o mês passado na casa dos R$ 5,60.
Em abril, o dólar já soma desvalorização de 2,33% frente ao real. Em 2021, porém, a moeda registra alta de 5,95%, após iniciar o ano abaixo dos R$ 5,30.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), também teve uma semana negativa, encerrada em queda acumulada de 0,48%, aos 120.530,06 pontos. Hoje foi o único dia de alta para o indicador, que subiu 0,97% na sessão.
Os destaques desta sexta (23) ficaram com as ações da Gol Linhas Aéreas (GOLL4) e da Via Varejo (VVAR3), que subiram 4,12% e 3,88%, respectivamente. Já as maiores baixas foram registradas pela Cielo (CIEL3) e pela Cosan (CSAN3): -3,10% e -2,49%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
Olhos no Orçamento
A semana foi marcada pelas expectativas quanto ao Orçamento de 2021, sancionado ontem — último dia possível — pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), com vetos que equivalem R$ 20 bilhões. O projeto exigiu diversos acordos entre o Executivo e Legislativo, tendo sido considerado uma "obra de ficção" por conta dos gastos "criativos" e, por vezes, desequilibrados.
Aprovado no fim de março, o Orçamento ficou engavetado por semanas para que técnicos do governo encontrassem soluções para os problemas do texto. O projeto subestimava as despesas obrigatórias, com Previdência e seguro-desemprego, por exemplo, e inflava as emendas parlamentares, dinheiro que deputados e senadores podem direcionar para obras e outras ações em suas regiões.
É o maior atraso na aprovação de um Orçamento em 15 anos, desde 2006, no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na ocasião, o texto foi aprovado em 16 de maio.
No mercado, a preocupação era com o risco de impeachment caso Bolsonaro sancionasse um Orçamento com gastos acima dos limites estabelecidos por regras da legislação fiscal, como o teto de gastos. A negociação que permitiu o corte de R$ 20 bilhões foi considerada positiva por analistas porque reduz essa incerteza — ao menos por enquanto.
"Os acertos entre o Executivo e o Legislativo não foram os melhores para o país, mas os melhores para o momento de pandemia na segunda onda e necessidade de gastos adicionais. Pelo menos não foi acionado o estado de calamidade, que seria quase um cheque em branco", avaliou Alvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, ao ser consultado pelo UOL.
(Com ANSA)
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