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Dólar cai a R$ 5,023, segundo menor valor de 2021; Bolsa sobe 0,67%

Em junho, o dólar soma perdas de 3,87% frente ao real, enquanto o Ibovespa registra valorização de 2,42% - Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo
Em junho, o dólar soma perdas de 3,87% frente ao real, enquanto o Ibovespa registra valorização de 2,42% Imagem: Suamy Beydoun/AGIF/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

21/06/2021 17h23Atualizada em 21/06/2021 18h00

Mantendo a tendência acumulada na semana passada, o dólar fechou o dia em queda de 0,91%, cotado a R$ 5,0227 na venda. É o segundo valor mais baixo alcançado pela moeda americana em 2021, perdendo apenas para os R$ 5,0225 da última quinta-feira (17).

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira, registrou alta de 0,67%, aos 129.264,96 pontos — voltando ao patamar dos 129 mil pontos depois de três pregões.

Em junho, o dólar soma perdas de 3,87% frente ao real, enquanto o Ibovespa tem valorização de 2,42%. O cenário é semelhante em 2021, com a moeda americana em queda acumulada de 3,20% e o indicador, alta de 8,61%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

"Recuperação"

A sessão foi marcada pela recuperação dos ativos de risco, que retomaram o fôlego após a correção promovida na semana passada em resposta à reunião do Fed (Federal Reserve, o Banco Central americano), segundo disse à Reuters Victor Beyruti, economista da Guide Investimentos.

Na sexta (18), o presidente do Fed de St. Louis, James Bullard, disse que a inflação nos Estados Unidos está mais forte do que o esperado. Ele também afirmou que está entre as sete autoridades do Banco Central americano que esperam que medidas mais agressivas — como um aumento de juros já no ano que vem — contenham as pressões sobre os preços.

Juros mais altos nos EUA tendem a favorecer a moeda americana com a entrada de recursos de investidores que buscam retornos mais altos e, ao mesmo tempo, segurança.

Ao longo da semana, o Fed deve seguir em foco, com o mercado avaliando falas de alguns dos formuladores de política monetária americanos.
Victor Beyruti, da Guide Investimentos

Reações à Selic

O economista da Guide Investimentos também chamou a atenção para a ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central do Brasil — que, na semana passada, promoveu a terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual nos juros básicos da economia (taxa Selic), agora em 4,25% ao ano.

"O mercado estará atento à leitura do BC sobre a inflação [corrente, bem como as expectativas] e atividade e buscará os sinais sobre seus próximos passos, após a autoridade monetária indicar uma normalização completa da taxa de juros", avaliaram em nota matinal analistas do Bradesco.

Paralelamente, a projeção para a Selic no final de 2021 voltou a subir, segundo Boletim Focus. O mercado agora vê os juros em 6,50% ao final do ano, ante expectativa de 6,25% apresentada na pesquisa anterior. Para 2022, permanece a projeção de que a taxa ficará em 6,50%.

Um maior diferencial de juros entre Brasil e países de economias avançadas tende a beneficiar o real, principalmente devido a estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimos em moeda de país de juro baixo e compra de contratos futuros da divisa de juro maior (como o real). O investidor, assim, ganha com a diferença de taxas.

(Com Reuters)