Bolsa cai aos 119 mil pontos, menor nível desde maio; dólar sobe a R$ 5,281
Puxado por dados decepcionantes da China, o Ibovespa abriu a semana em forte queda de 1,66%, aos 119.180,03 pontos — menor patamar em mais de três meses, desde 4 de maio (117.712,00 pontos). Também é a maior queda percentual diária desde 30 de julho, dia em que o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) despencou mais de 3%.
Já o dólar comercial subiu 0,68% na sessão, encerrando a segunda-feira (16) cotado a R$ 5,281 na venda. O valor é o maior alcançado desde 26 de maio, quando a moeda americana fechou o dia a R$ 5,313.
Em agosto, Ibovespa e dólar vão seguindo direções opostas: enquanto o índice acumula queda de 2,15% no mês, a moeda registra valorização de 1,36% frente ao real.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
China decepciona
Contribuíram para a forte queda do Ibovespa os dados econômicos de julho divulgados hoje na China. Por lá, a produção industrial cresceu 6,4% no mês passado em relação a julho de 2020 — número abaixo do previsto por analistas, de 7,8%. Já as vendas no varejo subiram 8,5%, também aquém da expectativa de 11,5%.
A economia da China se recuperou para os níveis de crescimento pré-pandemia, mas essa expansão está perdendo força conforme as empresas enfrentam custos mais altos e gargalos de oferta. Paralelamente, novos casos de covid-19 em julho também levaram a novas restrições, prejudicando a produção industrial do país já afetada pelo clima rigoroso no verão.
Com os dados mais fracos, a China deve fortalecer políticas fiscais e monetárias para conter o aumento nos preços de commodities e sustentar o emprego, segundo sinalizado em reunião de gabinete presidida pelo primeiro-ministro Li Keqiang. A informação foi divulgada hoje pela emissora estatal CCTV.
Além dos dados decepcionantes na China, a cautela no cenário internacional com os problemas geopolíticos também pesa. (...) O avanço do Taleban para controlar o Afeganistão, em meio à retirada das tropas americanas, é monitorado pelos investidores ao redor do globo, e a disseminação do coronavírus e seus efeitos para a economia mundial seguem como preocupação.
Guilherme Esquelbek, da Correparti Corretora, à Reuters
Risco fiscal ainda pesa
O persistente risco fiscal no Brasil também preocupa o mercado e tem ajudado a manter o dólar em patamares elevados nas últimas semanas. A proposta de parcelamento do pagamento de precatórios, encaminhada pelo governo ao Congresso, levantou dúvidas sobre a capacidade da União de honrar suas obrigações e respeitar o teto de gastos.
Além disso, a tensão política entre Executivo e Judiciário, em meio aos reiterados ataques do presidente Jair Bolsonaro a ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), atrapalha o avanço de reformas no Legislativo, explicou à Reuters Alexandre Almeida, da CM Capital.
"Tudo isso traz volatilidade para o mercado, o que tem impacto no dólar", afirmou.
(Com Reuters)
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