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Dólar fecha a R$ 4,761, menor valor em mais de um mês; Bolsa sobe 1,18%

Moeda norte-americana não ficava abaixo da marca de R$ 4,80 desde 20 de abril - Getty Images
Moeda norte-americana não ficava abaixo da marca de R$ 4,80 desde 20 de abril Imagem: Getty Images

Do UOL*, em São Paulo

26/05/2022 17h23Atualizada em 26/05/2022 17h40

O dólar comercial terminou esta quinta-feira (26) cotado a R$ 4,761 na venda, uma queda de 1,23%. Este é o menor valor para a moeda norte-americana desde 20 de abril, quando fechou em R$ 4,62.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou aos 111.889,88 pontos, uma alta de 1,18%. A alta foi puxada por uma série de dados econômicos fracos nos Estados Unidos, que corroboraram com a leitura de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central norte-americano) não deve elevar os juros de modo mais agressivo.

Na véspera, o índice ficou estável aos 110.579,81 pontos após quatro altas consecutivas nesta semana. Já a divisa teve alta de 0,18%, e era vendida a R$ 4,821.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

Dólar perde fôlego após PIB mais fraco e ata do Fed

A divisa norte-americana perdeu fôlego em relação aos picos da sessão após a segunda estimativa do PIB (Produto Interno Bruto) do governo norte-americano mostrar que houve contração econômica de 1,5% no primeiro trimestre deste ano.

O resultado foi revisado para baixo em relação ao ritmo de queda de 1,4% relatado em abril e veio pior que a expectativa em pesquisa da Reuters, que era de ajuste para cima na estimativa, para declínio de 1,3%.

Stefany Oliveira, chefe de operações da Toro Investimentos, disse à Reuters que o mercado pode entender os dados desta quinta-feira como sinal de que o banco central dos Estados Unidos não precisará se tornar ainda mais agressivo no combate à inflação, uma vez que a economia norte-americana já está dando sinais de esfriamento.

Com os preços nos EUA subindo ao ritmo mais alto em 40 anos, em meio à forte demanda do consumidor e a problemas globais de oferta, o Federal Reserve já elevou os juros básicos do país em 0,75 ponto percentual neste ano —ajuste de 0,25 ponto em março e de 0,50 ponto em maio, este o mais forte em 22 anos.

Parte dos mercados chegou a apostar na adoção de eventual aumento de até 0,75 ponto nos custos dos empréstimos norte-americanos, o que impulsionou o dólar a picos em duas décadas no exterior em meados deste mês, mas temores sobre o crescimento global minaram essas expectativas desde então e tiraram algum brilho da divisa dos EUA, explicou Oliveira.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de pares fortes era negociado em torno de 101,9 nesta quinta-feira, queda de 0,2% no dia, ficando bem abaixo do pico recente acima de 105, maior nível desde 2002.

Na quarta-feira, a ata do último encontro do Fed mostrou que a maioria dos participantes do banco central apoia elevações de 0,50 ponto nos juros em cada uma de suas próximas duas reuniões, cenário que já havia sido indicado pelo chair da instituição, Jerome Powell, e outras autoridades.

"Em nenhum momento a ata mencionou a possibilidade de acelerar o processo de ajuste..., como esperava parte dos analistas", disse a Genial Investimentos em nota. "Sem grandes surpresas quanto à trajetória da política monetária, os preços dos ativos brasileiros reagiram positivamente."

*Com Reuters