Bolsa fecha no menor patamar desde novembro de 2020; dólar sobe a R$ 5,433
O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), sofreu perda de 1,80% e caiu abaixo dos 97 mil pontos pela primeira vez desde 4 de novembro de 2020 (97.866,81), encerrando hoje aos 96.120,85 pontos. O resultado se deve às quedas de Bolsas e commodities ao redor do mundo, em meio a medos renovados de recessão global.
Balanços de bancos norte-americanos pressionavam Wall Street, fortalecendo preocupações com o risco de uma recessão, um dia após dados de inflação nos Estados Unidos endossarem apostas de que o Federal Reserve, o Banco Central de lá, continuará sendo agressivo no aperto monetário da maior economia do mundo.
No Brasil, a atividade econômica contraiu em maio pelo segundo mês seguido, de acordo com o IBC-Br, divulgado pelo Banco Central nessa manhã, embora em um ritmo mais fraco do que o observado em abril na base mensal.
Para economistas da Genial Investimentos, estímulos fiscais, como a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em itens essenciais e a PEC dos Auxílios, darão impulso econômico adicional para o segundo semestre do ano, postergando os impactos mais significativos da política monetária sobre a atividade.
Dólar se valoriza em meio a receios
Enquanto o real sofre com as perspectivas de maiores apertos econômicos, o dólar comercial se valoriza em cima disso por ser considerado um investimento seguro. Hoje, a moeda estrangeira fechou a R$ 5,433, em alta de 0,51%.
O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial. Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.
No exterior hoje, cresciam as apostas de que o Federal Reserve promoverá uma inflação mais agressiva do que anteriormente estimado pelos mercados financeiros. A adoção de um aumento de juros de 1 ponto percentual completo pelo Banco Central dos Estados Unidos em sua próxima reunião, no final deste mês, já é o cenário mais provável segundo alguns indicadores do mercado.
"A economia, invariavelmente, irá sofrer diante dos esforços do Fed para conter a inflação", escreveu Dan Kawa, diretor de investimentos da TAG. "Resta a dúvida de qual será a velocidade, magnitude e duração da desaceleração do crescimento. Os riscos de um resultado mais negativo aumentaram consideravelmente."
*Com Reuters
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