Conteúdo publicado há 7 meses

Dólar supera casa dos R$ 5 e fecha a R$ 5,048, maior valor desde maio

O dólar comercial encerrou a sessão desta quarta-feira (27) em alta de 1,22%, cotado a R$ 5,048.

O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou em alta de 0,12%, aos 114.327,05 pontos.

O que aconteceu:

O Ibovespa fechou com uma queda discreta, quinto recuo seguido, acompanhando certa cautela em Wall Street.

A queda só não foi maior por causa do desempenho robusto das ações da Petrobras, em dia de forte avanço dos preços do petróleo no exterior, com outras petrolíferas também destacando-se na coluna positiva.

A moeda norte-americana emplacou a terceira sessão consecutiva de ganhos, encerrando acima dos R$ 5, maior valor desde 31 de maio, quando fechou a R$ 5,073. Cotações refletem a percepção de que os juros nos EUA ficarão altos por mais tempo e em meio a dúvidas sobre o equilíbrio fiscal no Brasil.

A alta do dólar frente ao real estava em linha com a valorização da divisa norte-americana em relação a uma cesta de partes fortes, contra as quais tem vivido um rali nas últimas sessões depois que o Federal Reserve indicou aos mercados que manterá os juros mais altos por mais tempo de forma a combater a inflação.

O banco central dos EUA manteve sua taxa básica inalterada na semana passada. Mas seus membros ainda esperam mais uma alta de 0,25 ponto percentual este ano e elevaram as projeções para o patamar dos juros em 2024, conforme a maior economia do mundo mostra resiliência surpreendente —o que nubla a perspectiva de controle da alta dos preços.

Quanto mais altos os juros nos Estados Unidos, mais a divisa dos EUA tende a se valorizar globalmente, uma vez que os rendimentos dos Treasuries ficam atraentes quando comparados aos retornos de títulos emergentes, de risco muito maior.

De acordo com operadores, o movimento de alta do dólar neste pregão era impulsionado ainda por fatores técnicos, uma vez que a superação da marca de R$ 5 provavelmente acionou mecanismos de "stop loss", ou ordens automáticas de compra.

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Vários motivos impulsionam a alta do dólar - um deles é a taxa Selic. "Quando os juros brasileiros caem, os investidores internacionais tiram dinheiro daqui para colocar nos Estados Unidos, onde a taxa ainda deve aumentar", explica Claudia Moreno, economista do C6 Bank. Na última semana, o Copom cortou a taxa básica de juros para 12,75%, segundo corte seguido.

Ainda assim, juros reais no Brasil estão entre os maiores do mundo. O rendimento real, descontado da inflação, para o ano é de 6,40%. A taxa real do México, maior do mundo, está em 6,61%, segundo levantamento da Infinity Asset Management. que compara as taxas das 40 maiores economias.

Nos Estados Unidos, os juros estão entre 5,25% e 5,5%. É o nível mais elevado em 22 anos. A taxa de rendimento real é de 1,77%. "Os juros americanos são a aplicação mais segura do mundo. Mesmo menores que os brasileiros, os investidores preferem ir para lá porque a expectativa é de alta", diz Claudia.

Quando entra mais dinheiro no país, a moeda local se valoriza. Por isso o dólar está ganhando força frente a quase todas as moedas do mundo. Como investidores estrangeiros estão deixando o Brasil, o real também se desvaloriza.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

*Com informações da Reuters

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