Conteúdo publicado há 7 meses

Dólar tem leve queda, mas se mantém acima de R$ 5; Bolsa sobe

O dólar comercial fechou o dia em queda de 0,16%, cotado a R$ 5,04.

Já o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3), encerrou em alta de 1,23%, aos 115.730,76 pontos. A Bolsa foi puxada principalmente pelo avanço das ações do setor financeiro.

Cenário interno e externo

A cotação do dólar caiu em comparação a ontem (R$ 5,048), mas segue acima dos R$ 5. A moeda norte-americana voltou a fechar um pregão acima dos R$ 5, o que não acontecia desde maio. Ainda que o pregão tenha sido de volatilidade, em nenhum momento o dólar voltou a ser cotado abaixo dos R$ 5.

Dólar a R$ 4,80 ficou para trás, diz analista. A alta da moeda norte-americana se sustenta principalmente pela manutenção dos juros altos nos EUA, diz Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital. "Aquele dólar de R$ 4,70 ou R$ 4,80 ficou para trás. O diferencial de juros está fechando", disse.

Enquanto os Estados Unidos sinalizam com juros mais altos, o Banco Central brasileiro está reduzindo a Selic. Assim, é de se esperar uma cotação mais elevada para o dólar ante o real, diz Bergallo.

A valorização do dólar pode ser um fator decisivo para o Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos, aumentar um pouco mais a taxa de juros. É o que diz Gabriel Mota, operador da Manchester Investimentos. Se isso ocorrer, é possível que ocorra mais fuga de capital estrangeiro do Brasil, "buscando taxas altas nos Estados Unidos com um risco bem menor do que a gente tem, ou até sem risco", acrescenta.

O Federal Reserve elevou na semana passada as projeções para os custos dos empréstimos em 2024. As projeções são uma resposta à ameaça inflacionária no país, sustentada pela resiliência da economia dos Estados Unidos.

Dados de hoje confirmaram que a economia dos Estados Unidos manteve um ritmo de crescimento razoavelmente forte no segundo trimestre. O mercado de trabalho no país também se mostra resiliente.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, o valor é bem mais alto.

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Desempenho da Bolsa

A alta do Ibovespa nesta quinta-feira foi puxada principalmente pelo avanço das ações do setor financeiro. Os papéis do Banco do Brasil terminando o dia em alta de mais de 3%.

O mercado brasileiro acompanhou a recuperação nas bolsas no exterior. É o que diz o responsável pela mesa de ações do BTG Pactual, Jerson Zanlorenzi. Ele ressaltou que desde agosto a bolsa tem sofrido com a saída de ativos de risco, com o aumento da curva de juros nos EUA reverberando nas ações locais. "Acho que hoje o mercado respirou um pouco lá fora e a gente seguiu essa linha", disse.

Apesar da aversão ao risco externa, há alguma resiliência no mercado de commodities. Isso ajuda o Ibovespa, devido ao efeito em papéis como Vale e Petrobras, que acumulam alta no mês, disse Zanlorenzi.

No mercado local, receios com o quadro fiscal têm mantido o mercado em compasso de espera, diz o analista. Mas ele destaca como positivo o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto.

As maiores altas do pregão foram das ações da CVC (+ 6,88%) e Assaí (+ 5,01%). Já as maiores quedas foram de Natura (-2,94%) e Prio (-2,19%).

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*Com informações da Reuters

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