Dólar cai a R$ 4,932 com estímulo da China à economia; Bolsa também recua

O dólar emendou hoje sua segunda queda seguida, esta de 0,47%, e fechou o dia vendido a R$ 4,932. Em janeiro, a moeda americana ainda acumula valorização de 1,63% frente ao real.

Já o Ibovespa caiu 0,35% e chegou aos 127.815,70 pontos. No mês, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira (B3) já recuou 4,75%, depois de saltar mais de 5% em dezembro.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

China anunciou maior corte em dois anos da taxa de compulsório. O Banco do Povo da China vai reduzir a quantidade de dinheiro que os bancos devem manter como reservas, a chamada de taxa de compulsório, a partir de 5 de fevereiro. A medida é uma tentativa de impulsionar a economia, que tem dado sinais frágeis de recuperação.

Setor de commodities reagiu bem ao novo plano de estímulos chinês. O contrato de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Dalian (DCE) encerrou o dia com alta de 1,77%, no maior valor desde 12 de janeiro. O desempenho favoreceu alguns ativos brasileiros que são muito sensíveis à oscilação da commodity, como as ações da Vale e da Usiminas, por exemplo.

Dados da atividade empresarial nos EUA surpreenderam positivamente. Números preliminares mostram que o índice PMI Composto aumentou para 52,3 em janeiro, o nível mais alto desde junho de 2023. A alta em relação a dezembro (50,9) foi impulsionada por ganhos tanto no setor de serviços quanto na indústria, segundo a S&P Global.

Com a agenda esvaziada no Brasil, mercado monitora Congresso. Investidores ainda repercutem a sanção da LOA (Lei Orçamentária Anual) pelo presidente Lula (PT), com veto de R$ 5,6 bilhões a emendas parlamentares. Enquanto isso, há a expectativa por encontros entre membros do governo e lideranças do Congresso para debater e negociar pautas econômicas.

Hoje, o segmento de siderurgia e mineração acabou subindo, acompanhando o minério de ferro. Essa alta também foi puxada pelo alívio em relação a possíveis novos incentivos do governo da China para a construção e a infraestrutura, e isso sempre privilegia as empresas do setor.
Dierson Richetti, sócio da GT Capital

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