Bolsa sobe mais de 1%, na maior alta em 3 semanas; dólar cai a R$ 4,933

O Ibovespa subiu 1,61% e chegou hoje aos 131.689,37 pontos. É a maior alta diária desde 6 de fevereiro, quando o principal índice da B3 saltou 2,21%. Em fevereiro, o Ibovespa acumula ganhos de 3,08%.

Já o dólar emendou hoje sua segunda queda consecutiva, esta de 0,98%, e fechou o dia vendido a R$ 4,933. No mês, a moeda americana agora registra leve perda de 0,09% frente ao real.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Alta de commodities favoreceu o real sobre o dólar. Os preços do minério de ferro subiram 1,24% em Dalian, apoiados por esperanças de recuperação da demanda na China — principal mercado consumidor. A moeda brasileira é muito sensível aos preços desta commodity, uma vez que o minério de ferro é um dos principais componentes da pauta de exportação nacional.

Prévia da inflação no Brasil acelera, mas fica abaixo da esperada. O IPCA-15 ficou em 0,78% em fevereiro, depois de subir 0,31% no mês anterior. Com isso, a taxa acumulada nos últimos 12 meses passou para 4,49%. Os resultados ficaram abaixo das expectativas de alta de 0,82% (mês) e 4,52% (ano), segundo pesquisa da Reuters.

Mercado agora espera por dados de inflação dos EUA. Leituras recentes indicaram resiliência da atividade econômica, além de inflação mais alta do que a projetada. "Os mercados devem continuar em modo de espera até haver maior confiança de que a batalha contra a inflação será ganha", disse à Reuters Eduardo Moutinho, analista de mercado do Ebury Bank. O índice PCE será divulgado na quinta (29).

O mercado acaba reagindo com uma baixa do dólar porque entende que uma leitura inflacionária [IPCA-15] mais alta no mês de fevereiro, tal como esta, pode servir para que o Banco Central talvez busque reajustar a estratégia para os cortes na taxa básica de juros, a Selic.
Leonel Mattos, analista da StoneX, à Reuters

(*Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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