Bolsa sobe mais de 1% após novos dados de inflação; dólar fica em R$ 4,974

O Ibovespa subiu 1,22% e chegou aos 127.667,84 pontos, interrompendo uma sequência de três quedas seguidas. No mês, porém, o principal índice da B3 registra baixa de 1,05%.

Já o dólar fechou praticamente estável pelo segundo dia, com leve queda de 0,08%, vendido a R$ 4,974. A moeda americana ainda acumula ganhos de 0,04% frente ao real em março.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado reagiu aos novos dados de inflação dos EUA. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) acelerou para 0,4% em fevereiro, após subir 0,3% no mês anterior. "A reação leve de curto prazo [do dólar frente ao real] nos sugere que o mercado entende que (...) a trajetória da inflação segue, em algum grau, controlada", disse à Reuters Matheus Massote, da One Investimentos.

Alta dos preços tem impacto direto sobre os juros americanos. Os dados divulgados hoje, porém, não alteraram as apostas de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) manterá sua taxa básica de juros inalterada na próxima reunião, que acontece na semana que vem. A maior parte do mercado segue na expectativa por um primeiro corte em junho.

Juros menores nos EUA tendem a beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Investidores também repercutiram dados da inflação no Brasil. Em fevereiro, o IPCA acelerou para 0,83%, depois de saltar 0,42% em janeiro. É o nível mais alto em um ano, diante da pressão sazonal dos custos da educação. O resultado superou a expectativa de economistas consultados pela Reuters, que apostavam em alta de 0,78% no mês.

O Ibovespa reagiu positivamente primeiro em relação ao IPCA - que veio levemente acima do esperado, mas com os núcleos de inflação em desaceleração, o que foi uma boa notícia. Logo depois tivemos a inflação americana, que também veio um pouco acima do esperado, mas com os núcleos em queda. Isso animou tanto a nossa Bolsa quanto as Bolsas dos EUA.
Andre Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital

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