Bolsa sobe pelo 2º dia e volta aos 128 mil pontos; dólar fica em R$ 4,976

O Ibovespa subiu 0,26% e chegou aos 128.006,05 pontos, no segundo pregão seguido de alta. Em março, porém, o principal índice da B3 ainda acumula perdas de 0,79%.

Já o dólar fechou o dia praticamente estável, com leve alta de 0,03%, vendido a R$ 4,976. A moeda americana teve poucas movimentações frente ao real no mês, registrando ganhos de 0,06% até agora.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Dados reforçam apostas para início dos cortes nos juros nos EUA. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,4% no mês passado, depois de avançar 0,3% em janeiro. Os números não impactaram as expectativas do mercado, que ainda espera queda dos juros americanos em junho. A próxima reunião de política monetária do Fed (Federal Reserve), o Banco Central dos EUA, acontece na semana que vem.

Juros mais baixos nos EUA tendem a beneficiar o real e o Ibovespa. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Inflação no Brasil também não deve mexer com a trajetória dos juros. O IPCA acelerou para 0,83% em fevereiro — alta que, apesar de surpreendente, foi justificada por economistas pelo forte efeito sazonal dos custos de educação. Desta forma, seguem as apostas de que o BC cortará a taxa básica de juros (Selic) em 0,50 ponto percentual, para 10,75% ao ano, na próxima semana.

Tivemos um CPI [inflação americana] um pouco acima do esperado, mas com núcleo abaixo. O mercado interpretou os dados de forma positiva e, com isso, podemos esperar uma queda de juros em junho. O BCE também quer começar a diminuir os juros junto com os EUA, e isso ajuda muito o Brasil. Os investidores acabam deixando de colocar dinheiro lá fora e focando em países emergentes.
Rodrigo Cohen, cofundador da Escola de Investimentos

(Com Reuters)

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