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Ação da Natura é a terceira maior queda na Bolsa: o que está acontecendo?

A Natura (NTCO3) é a terceira pior ação do Ibovespa este ano, com queda de 25,55% desde 2 de janeiro (Economatica). Somente na sexta-feira (14), o papel da companhia despencou 30%. Nesta segunda-feira (17), por volta do meio-dia, o ativo continuava em queda de 3,16%, a R$ 9,20.

Por isso, a fabricante de cosméticos anunciou há pouco um programa de recompra de ações. A companhia pode fazer a aquisição de até 52.631.578 ações ordinárias, equivalentes a 3,8% do total de ações da Natura e 6,2% das que estão em circulação. Segundo a companhia, hoje estão em circulação 852.227.147 ações ordinárias e há outras 298.573 ações em tesouraria.

O que está acontecendo?

A queda da sexta (14) aconteceu após a empresa apresentar na quinta-feira (13) à noite um prejuízo de R$ 438,5 milhões no último trimestre de 2024. As perdas foram bem menores que no mesmo período do ano anterior, quando o indicador ficou em R$ 2,6 bilhões. Ou seja, houve redução de 83,5% no resultado negativo.

Mas o que deixou mercado realmente preocupado foi a redução da margem bruta de vendas. O percentual ficou em 63,2% enquanto as projeções apontavam para 66%. A margem foi impactada, segundo a companhia, por promoções mais agressivas e um mix pior nas vendas, com kits de Natal que têm margem menor. E também pelas vendas em queda na Argentina. A dolarização de alguns insumos também atrapalhou, diz Bruno Cotrim, economista da casa de análise Top Gain.

Os gastos com a Avon International, que passa por um processo recuperação judicial nos Estados Unidos, também pesaram. O impacto negativo com o suporte ao processo foi de R$ 450 milhões. A Natura informou que está buscando vender a marca ou conseguir um investimento minoritário, mas não divulgou em que pé estão as negociações.

Mas cair 30% não foi exagero?

O Itaú BBA e o JP Morgam acreditam que não. Essa foi a maior queda diária para a ação desde que a empresa foi listada, em 2004. "Um movimento de queda tão selvagem e raramente visto para uma empresa com um balanço saudável nos leva a reavaliar nossa tese e entender o que foi negligenciado", publicou o JP Morgan, que rebaixou as ações de compra para neutro. O preço alvo caiu de R$ 21 para R$ 11.

Para os especialistas, a queda de 30% não é de maneira nenhuma uma oportunidade de compra da ação a preço baixo. Isso porque um dos motivos do tombo foi o Ebitda, o lucro antes de juros, impostos, amortizações e depreciação, que ficou negativo em R$ 139,6 milhões entre outubro, novembro e dezembro. No mesmo período de 2023, o total era positivo em R$ 466 milhões.

O problema é que a redução de margem aperta o Ebitda e traz incertezas sobre o futuro da empresa, avaliou o Itaú BBA, em relatório. Cotrim concorda. "A empresa vai ter que brigar bastante até com essa taxa de juros bem alta que temos para tentar alavancar um pouco mais a sua receita e conseguir uma reversão desse resultado que acabou vindo ruim", avalia."O movimento de sexta-feira parece ter chamado nossa atenção mais pela velocidade do que pela magnitude em si", diz um relatório do Itaú BBA, publicado nesta segunda.

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Por isso, o banco espera uma baixa de aproximadamente 30% na receita para a América Latina este ano. Sendo assim, o Itaú reduziu o preço alvo da ação de R$ 17 para R$ 14 até o fim do ano e classificou a ação como "Outperform", algo como "precisa melhorar".

E a recompra de ações ajuda?

Não está funcionando muito bem. Quando uma empresa recompra suas ações, ela quer mostrar confiança para os investidores. É como se ela dissesse que confia tanto no crescimento das ações que ela mesma está comprando para aproveitar. "Mas o mercado não está comprando essa ideia", diz Cotrim.

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Rinaldo Carboni Neto

empresa comuna merece tudo isso e muito mais.... lulismo precisa sofrer para aprender

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