Dólar sobe a R$ 4,987 com inflação nos EUA e varejo no Brasil; Bolsa cai

O dólar subiu 0,22% e fechou o dia vendido a R$ 4,987, após três sessões seguidas de estabilidade. No mês, a moeda americana agora acumula ganhos de 0,28% frente ao real.

Já o Ibovespa caiu 0,25% e chegou aos 127.689,97 pontos, interrompendo uma sequência de duas altas consecutivas. O principal índice da B3 já recuou 1,03% em março.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado repercute dados de inflação e do varejo dos EUA. O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,6% em fevereiro, depois de avançar 0,3% no mês anterior. Além disso, as vendas no varejo aumentaram 0,6% no mês passado, e os dados de janeiro foram revisados para baixo — passando de queda de 0,8% para 1,1%.

Números têm impacto direto sobre os juros americanos. Os dados divulgados hoje, porém, não alteraram as apostas de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos EUA) manterá sua taxa básica de juros inalterada na próxima reunião, que acontece na semana que vem. A maior parte do mercado segue na expectativa por um primeiro corte em junho.

Também foram divulgados dados do varejo no Brasil. As vendas de janeiro cresceram 2,5% ante dezembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Quanto às vendas no varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção, de veículos e de atacado alimentício, houve alta de 2,4%. Ambos os resultados vieram acima das estimativas colhidas pelo Projeções Broadcast.

Investidores se preparam para decisão sobre a Selic. Por aqui, é consenso que o Banco Central novamente reduzirá a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 10,75% ano. A reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) acontece nas próximas terça e quarta, mesmos dias do encontro do Fed nos EUA.

Acho que temos, em ambas as pontas, Brasil e EUA, indicadores que apoiam uma manutenção do diferencial de juros. Embora os dados locais aqui não mudem a percepção da trajetória da Selic, [os dados dos EUA] não suportam também uma manutenção por muito tempo dos juros lá fora.
Fernando Bergallo, da FB Capital, à Reuters

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Tanto as vendas [do varejo] aqui como nos EUA têm mostrado volatilidade. Estamos confortáveis, com a projeção de crescimento de 1,6% do PIB [Produto Interno Bruto] neste ano, e para o Banco Central é apenas um dado.
Rodrigo Ashikawa, economista da Principal, ao Estadão

(Com Estadão Conteúdo e Reuters)

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