Dólar sobe a R$ 4,997 antes de decisões sobre juros pelo mundo; Bolsa cai

O dólar emendou sua terceira alta consecutiva, esta de 0,22%, e terminou a sessão vendido a R$ 4,997. A moeda americana já saltou 0,5% frente ao real no mês.

Já o Ibovespa caiu 0,74% e fechou o dia aos 126.741,81 pontos, chegando ao segundo pregão seguido de perdas. No mês, o principal índice da B3 acumula queda de 1,77%.

O valor do dólar divulgado diariamente pela imprensa, inclusive o UOL, refere-se ao dólar comercial (saiba mais clicando aqui). Para quem vai viajar e precisa comprar moeda em corretoras de câmbio, a referência é o dólar turismo, e o valor é bem mais alto.

O que aconteceu

Mercado se prepara para decisões sobre juros que vêm por aí. Os investidores buscam por sinalizações sobre o ritmo com que bancos centrais do mundo todo reduzirão as respectivas taxas de juros, após esforços para conter a inflação. Na semana que vem, se reúnem os BCs do Brasil e dos EUA (Fed), além do Banco do Japão, do Banco da Inglaterra (BoE) e do Banco Nacional da Suíça.

No Brasil, segue a expectativa por mais um corte na Selic. A maior parte do mercado aposta em redução da taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, para 10,75% ao ano — o menor patamar desde fevereiro de 2022 (9,25%). O Copom (Comitê de Política Monetária) se reúne nos próximos dias 19 e 20 para definir a Selic.

Juros americanos devem permanecer inalterados mais uma vez. Embora a maioria dos investidores ainda aposte num primeiro corte em junho, os recentes dados de inflação dos EUA reduziram o otimismo. Os mercados agora precificam 57% de chance de o Fed reduzir os juros em junho, contra 74% uma semana antes, de acordo com a ferramenta FedWatch.

Taxas mais baixas nos EUA tendem a beneficiar o real. Isso acontece porque, com juros elevados, os investidores redirecionam recursos para o mercado de renda fixa dos EUA, considerado muito seguro. Por outro lado, sinais de que o Fed vai começar a reduzir os juros em breve tendem a impulsionar moedas mais arriscadas, porém mais rentáveis, como o real.

Acho que temos, em ambas as pontas, Brasil e EUA, indicadores que apoiam uma manutenção do diferencial de juros. Embora os dados locais aqui não mudem a percepção da trajetória da Selic, [os dados dos EUA] não suportam também uma manutenção por muito tempo dos juros lá fora.
Fernando Bergallo, da FB Capital, à Reuters

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