Brasil abre 41.463 vagas em julho, pior resultado para o mês em 10 anos
O Brasil registrou abertura de 41.463 vagas de trabalho com carteira assinada em julho, pior resultado para o mês desde 2003, de acordo com a série histórica do Ministério do Trabalho sem ajuste sazonal, ou seja, sem considerar os dados enviados pelas empresas fora do prazo.
Os números são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados nesta quarta-feira.
Os números de julho revelam que a economia brasileira continua gerando empregos com carteira assinada, mas a quantidade de vagas abertas é menor que no ano passado. O saldo de 41,5 mil é 70,9% inferior aos 142,5 mil novos postos de trabalho registrados em julho de 2012.
Em junho, haviam sido criados 123.836 postos com carteira de trabalho.
No acumulado do primeiro semestre deste ano, foram criados 826 mil postos de trabalho, queda de 21% ante o mesmo período em 2012 e pior resultado desde 2009, no auge da crise internacional.
Após a divulgação dos dados do Caged em junho, o governo reduziu a meta para a geração de empregos com carteira assinada em 2013: passou de 1,7 milhão para 1,4 milhão.
Emprego perdeu fôlego em julho, diz ministro do Trabalho
Em entrevista na véspera, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, disse que o Caged iria mostrar perda de dinamismo do mercado de trabalho em julho, sem antecipar números.
"Vamos anunciá-los nesta semana, amanhã ou depois. Cresceu [o emprego], mas em menor percentual", afirmou, ao participar de evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Mercado de trabalho dá sinais de cansaço
Um dos principais responsáveis pela sustentação da economia, o mercado de trabalho brasileiro tem dado sinais de cansaço, afetado pelo mau desempenho da atividade, que ainda não conseguiu mostrar recuperação sólida.
Em junho, no último dado disponível, a taxa de desemprego subiu para 6%, marcando o sexto mês sem queda, ao mesmo tempo em que o rendimento da população recuou pelo quarto mês seguido.
No lado da atividade, o governo piorou a previsão de crescimento para este ano a 3%, ante 3,5%, mas o próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, já admitiu que a expansão poderá ficar entre 2,5 e 3%.
(Com Reuters e Valor)
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