Desemprego atinge 8,2% em fevereiro, o maior para o mês em 7 anos, diz IBGE
O desemprego em fevereiro foi de 8,2%, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). É o pior resultado para o mês desde 2009, quando havia sido de 8,5%.
O resultado representa uma alta de 0,6 ponto percentual na comparação com janeiro (7,6%). Em relação a fevereiro de 2015 (5,8%), a alta foi de 2,4 pontos percentuais.
Os números foram divulgados nesta quarta-feira (23) pelo IBGE e fazem parte da PME (Pesquisa Mensal de Emprego), com dados das regiões metropolitanas de Recife, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
"A notícia desfavorável que ficou evidente foi a queda na ocupação. São cortes mesmo. Além daqueles setores que já vinham dispensando, como construção e indústria, vimos agora dispensas no comércio", afirmou a técnica da pesquisa no IBGE, Adriana Beringuy.
De acordo com essa mesma pesquisa, a média de desemprego em 2015 foi de 6,8%.
Número de desempregados chega a 2 milhões
O número de desempregados nas regiões analisadas pelo IBGE subiu para 2 milhões. Houve alta tanto na comparação com janeiro (mais 136 mil pessoas, ou 7,2%), quanto em relação a fevereiro de 2015 (mais 565 mil pessoas, ou 39%).
O número de pessoas com emprego foi estimado em 22,6 milhões, caindo tanto na comparação com janeiro (menos 428 mil pessoas, ou 1,9%), quanto em relação a fevereiro de 2015 (menos 842 mil pessoas, ou 3,6%).
Desemprego só não sobe em Recife
A pesquisa divulgada nesta quarta-feira indicou que o desemprego em fevereiro subiu em todas as regiões metropolitanas pesquisadas, exceto na de Recife, na comparação com o mês anterior:
- Salvador: de 11,8% para 12,6%;
- Recife: de 10,5% para 10,4%;
- São Paulo: de 8,1% para 9,3%;
- Belo Horizonte: de 6,9% para 7,2%;
- Porto Alegre: de 5,9% para 6,4%;
- Rio de Janeiro: de 5,1% para 5,2%.
Na comparação com fevereiro de 2015, o desemprego aumentou em todas as regiões.
Renda cai 7,5% em um ano
O rendimento médio real (ajustado pela inflação) dos trabalhadores foi de R$ 2.227,50, uma queda de 7,5% em um ano (em fevereiro de 2015, era de R$ 2.407,53).
Na comparação com janeiro (R$ 2.262,51), diminuiu 1,5%.
Pesquisa vai acabar
Esta foi a última Pesquisa Mensal de Emprego realizada pelo IBGE. O órgão anunciou que acabou com a pesquisa e vai manter apenas a Pnad Contínua mensal que, segundo o instituto, é mais abrangente, porque usa dados de cidades de todo o país.
Outra pesquisa sobre emprego já foi encerrada, a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), que era focada na indústria. A última foi divulgada no dia 18 de fevereiro e indicou que o número de trabalhadores na indústria em 2015 caiu 6,2%.
Além do IBGE, o Ministério do Trabalho também apresenta dados sobre emprego, levando em conta o número de contratações e demissões de pessoas com carteira assinada, baseados no Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).
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